ATA DA DÉCIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA
SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 18-3-2010.
Aos dezoito dias do mês de
março do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze
minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli
Sell, Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Claudir Nespolo, Dr. Raul,
Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Pancinha, Luciano Marcantônio, Lucio Barcelos, Luiz Braz, Marcello Chiodo,
Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Pingo Vilar,
Reginaldo Pujol e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, o senhor
Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, João Carlos Nedel, Mario Manfro,
Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Valter Nagelstein e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado,
pelo vereador João Antonio Dib, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 001/10
(Processo nº 0662/10). Do EXPEDIENTE, constou o Comunicado nº 159726/09, do
senhor Daniel Silva Balaban, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação – FNDE. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA
POPULAR, ao senhor Alexandre Appel, Vice-Presidente do Conselho Municipal de
Defesa dos Direitos do Consumidor – CONDECON –, que discorreu sobre o
transcurso do Dia Internacional do Consumidor, ocorrido no dia quinze de março,
relatando ações de defesa dos direitos do consumidor desenvolvidas em Porto
Alegre. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores João
Antonio Dib, Luiz Braz, Fernanda Melchionna, Toni Proença, Reginaldo Pujol,
Engenheiro Comassetto e Dr. Raul manifestaram-se acerca do assunto tratado
durante a Tribuna Popular. Após, o senhor Presidente concedeu a palavra ao
senhor Alexandre Appel, para considerações finais acerca do assunto em debate.
Ainda, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, dos senhores
Flávio Koch, Conselheiro do CONDECON, e Omar Ferri Júnior, Coordenador do
Procon Municipal, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos.
Às quatorze horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente
suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e sete minutos,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o
vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores
Claudir Nespolo, em tempo cedido pelo vereador Engenheiro Comassetto, Lucio
Barcelos, em tempo cedido pela vereadora Fernanda Melchionna, Maria Celeste, em
tempo cedido pelo vereador Haroldo de Souza, Dr. Raul, em tempo cedido pelo
vereador João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, este em
tempo cedido pelo vereador Ervino Besson, Adeli Sell, Reginaldo Pujol,
Engenheiro Comassetto, Dr. Thiago Duarte, Fernanda Melchionna e Maria Celeste.
Na ocasião, foram apregoados os seguintes documentos, deferidos pelo senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este
Legislativo: Memorando nº 020/10 (Processo nº 0962/10), de autoria do vereador
Beto Moesch, no dia de ontem, no curso de Educação Ambiental: Desafios de uma
Sociedade de Risco, às dezenove horas, no Município de Lajeado – RS – ; e
Requerimento s/nº (Processo nº 1055/10), de autoria do vereador Waldir Canal,
nos dias vinte e quatro e vinte e cinco de março do corrente, no seminário
sobre A Reforma do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, em Brasília – DF.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Nilo Santos, Reginaldo
Pujol, Valter Nagelstein, este pelo Governo, Engenheiro Comassetto e Aldacir
José Oliboni, este pela oposição. Na oportunidade, o vereador Adeli Sell manifestou-se
acerca dos pronunciamentos de Sua Excelência, em Comunicações, e do vereador
Nilo Santos, em Comunicação de Líder. Também, o vereador Valter Nagelstein
manifestou-se acerca de sua presença nas Sessões plenárias deste Legislativo.
Ainda, por solicitação do vereador Reginaldo Pujol, foi realizado um minuto de
silêncio em homenagem póstuma ao senhor Cláudio Monticeli da Silveira, falecido
no dia quinze de março do corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os
vereadores Luciano Marcantônio e Luiz Braz. Na ocasião, foram apregoados
Requerimentos de autoria do vereador Mauro Zacher, deferidos pelo senhor
Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo,
nos dias vinte e dois e vinte e três de março do corrente, em palestras sobre
“Bullying”, respectivamente nos Municípios de São Francisco de Assis e Uruguaiana
– RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
do Legislativo nº 026/10 e o Projeto de Resolução nº 007/10; em 2ª Sessão, o Projeto
de Lei do Legislativo nº 160/09, discutido pelo vereador Toni Proença. Às
dezessete horas e vinte e um minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente
declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a
Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e João Carlos Nedel e
secretariados pelo vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 3º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos à
A Tribuna Popular de
hoje tratará de assunto relativo aos direitos do consumidor. Registro a
presença do Sr. Omar Ferri Jr., Coordenador do Procon Municipal, a quem convido
para fazer parte da mesa dos trabalhos.
O Sr. Alexandre Appel, Vice-Presidente do Condecon,
está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR.
ALEXANDRE APPEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o meu boa-tarde. Retorno, mais uma
vez, a esta Casa Legislativa - no ano passado, nesta época, também estive aqui
-, justamente para falar das ações de defesa do consumidor na nossa Capital. O
dia 15 de março passado foi o Dia Internacional do Consumidor, ocasião em que
completamos dois anos da inauguração do Procon Porto Alegre. A partir de uma
ideia que surgiu no Fórum de Defesa do Consumidor, liderado pelo Dr. Alcebíades
Santini, esse projeto foi criado, desenvolvido, Ver. Braz, entregue, à época,
nas mãos do Prefeito Tarso Genro. Posteriormente, com a chegada do Prefeito
José Fogaça à Prefeitura, este deu continuidade, com celeridade, a esse
processo da criação do Procon Municipal. É preciso registrar a extrema dedicação
do Prefeito, do Secretário e Vereador Idenir Cecchim na estruturação desse
Procon, na escolha do Dr. Omar Ferri Jr., aqui presente, para a Coordenação
Executiva, um jovem e brilhante advogado, Ver. Dib, equilibrado, dedicado,
trabalhador, Ver. Raul.
E o nosso Procon de Porto Alegre está aí, é uma
realidade na nossa Capital, para a alegria do Ver. Adeli Sell e minha, que
sentíamos, há muitos anos, a necessidade de termos um órgão oficial de defesa
dos consumidores na nossa Capital.
A criação do Procon
Municipal, Presidente Tessaro, foi tão importante, que pôde proporcionar ao Procon
Estadual, órgão que eu dirigi em dois governos, executar a Política Estadual de
Defesa do Consumidor. Na medida em que não se atende mais o cidadão consumidor
da Capital, o sistema estadual pode-se dedicar ao interior do Estado. Isso tem
sido feito com muita competência pela Defensora Pública Drª Adriana Burger, com
o apoio do Secretário Fernando Schüler, da Secretaria de Justiça e
Desenvolvimento Social.
Hoje temos uma quantidade expressiva de Procon’s
municipais no nosso Estado criando exatamente esse sistema, essa rede que
protege o cidadão consumidor do Rio Grande do Sul. Vejam que a criação do
Procon Municipal trouxe esse benefício ao sistema estadual de defesa do
consumidor.
Nós sabemos que, agora, no final do mês, o Prefeito
José Fogaça deve se afastar da Chefia do Executivo por aspectos eleitorais. Nós
desejamos que o Prefeito que assumirá, José Fortunati, dê continuidade a esse
trabalho do Procon Municipal, pois política de defesa do consumidor não se
mistura com política partidária. Procon é órgão de Estado, não é órgão de
Governo; Procon é lei. Tenho certeza de que, pela visão consumerista que tem o
Prefeito Fortunati, esse trabalho que o Procon Porto Alegre tem deve ter
continuidade.
Ver. Aldacir Oliboni, preocupa-me muito a
fiscalização. Quem sabe possamos estruturar, incrementar mais a fiscalização do
nosso Procon Municipal, para que possa atuar de maneira preventiva. Os senhores
sabem que bons fornecedores erram. Perfeito é Deus; as empresas erram. O mais
importante é que se resolva o problema do consumidor, e, nesse sentido, o nosso
Procon tem tido um resultado extraordinário, mas nós precisamos agir com
fiscalização, principalmente preventiva. Há muitos danos ao consumidor, existem
grupos vulneráveis, como, principalmente, o do idoso. E falando em idoso, Ver.
João Dib, o meu pai, que era seu amigo, faleceu na virada do ano. Ele deixa
muita saudade, era um exemplo de vida e era muito amigo do senhor.
É preciso destacar as parcerias que o Procon
Municipal fez com o CDL/Porto Alegre, na pessoa do seu Presidente Vilson Noer;
com o Sindilojas Porto Alegre, na pessoa do Presidente Ronaldo Sielichow.
Entidades representantes de fornecedores apoiaram o Procon, desde o primeiro
momento, em ações preventivas. Isso representa que, ao longo do tempo, as
reclamações do Procon têm diminuído em termos do comércio formalmente
estabelecido. Por quê? Porque hoje o fornecedor também é devidamente instruído
pelo Procon de como realizar boas relações de consumo.
Nós estivemos na Feira do Consumidor, inaugurada no
final de semana passado, no Parque Farroupilha, e vimos o encanto daquelas
pessoas, dos cidadãos comuns, visitando a nossa Feira, tomando conhecimento das
novidades; é um mundo muito dinâmico. Na realidade, o consumidor precisa é de
informação: consumidor bem-informado é consumidor consciente. Muito bom esse
papel da Feira, Dr. Omar Ferri Jr.! Espero que possamos multiplicar essas ações
de ir ao encontro do cidadão em mais oportunidades. Nossos parabéns à
Administração pública.
O Dr. Omar Ferri Jr. trouxe para o Dr. Tessaro,
nosso Presidente, alguns exemplares do Código de Defesa do Consumidor, também
será distribuída a revista do Procon, segundo número, e é importante que os
senhores analisem e vejam a realidade, a eficácia, a eficiência desse órgão
que, em dois anos, atendeu a mais de 40 mil pessoas nas suas dependências.
Esta é a nossa manifestação de regozijo. Estamos
atingindo um grau de maturidade nas relações de consumo, na nossa Capital, o
que nos coloca, realmente, num patamar invejável. Nós temos aqui um Procon
moderno, com a visão de harmonização. O código de Napoleão era a repressão; o
código de talião era a punição; o Código de Defesa do Consumidor, na visão do
legislador, qual é? Harmonização. O nosso Procon tem feito isso com rara
sabedoria. Ao mau fornecedor, a lei; ao bom fornecedor, corrigir para que possa
qualificar melhor as relações de consumo - temos feito isso no Procon
Municipal.
Meus parabéns ao Prefeito, ao Secretário Cecchim,
ao Dr. Ferri pelo trabalho admirável, e a todos os funcionários do Procon
Municipal. Muito obrigado, Presidente Nelcir Tessaro. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO
ANTONIO DIB: Sr. Presidente Nelcir Tessaro; meu caro Presidente Omar Ferri Jr., meu
caro Vide-Presidente Alexandre Appel, é muito importante para a Bancada do
Partido Progressista tê-los hoje trazendo ao conhecimento da população, mais
uma vez, aquilo que o Procon Municipal vem fazendo. O importante é que esse
contato está sendo feito na semana em que nós comemoramos o Dia do Consumidor.
Eu tenho certeza de que vocês estão fazendo um excelente trabalho e a absoluta
convicção de que, independentemente de Prefeito, o Procon continuará com o
trabalho que vem fazendo e tentando sempre aprimorar, cada vez mais, o
atendimento à população porto-alegrense, facilitando ao Procon estadual o
atendimento aos demais Municípios.
Por outro lado, eu quero dizer também da minha
satisfação, pois o meu amigo querido Omar Ferri Jr. me comunicou que o Canal
16, por determinação do meu Presidente Tessaro e por minha solicitação, vai
começar, agora, a fazer o anúncio do Procon municipal, porque, até agora, tem
feito apenas a publicidade do Procon estadual. Portanto, eu estou duplamente
satisfeito com a presença dos senhores nesta semana do Dia do Consumidor. Saúde
e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente Ver. Nelcir Tessaro, eu não vou usar os cinco minutos, só
quero dizer da satisfação que temos por receber aqui duas grandes figuras ligadas
à vida desta Cidade, não apenas ao direito do consumidor.
A presença do Omar Ferri Jr., com toda a certeza,
não pode deixar de lembrar a figura do seu pai, que foi Vereador aqui, nesta
Casa, um nome que ficou marcado na história do nosso Legislativo, onde deixou
grandes ensinamentos. Por outro lado, está o meu amigo Alexandre Appel, que
também é, reconhecidamente, um defensor da nossa sociedade e que, para a nossa
sorte, está aí num posto em que defende os consumidores, que precisam, cada vez
mais, de figuras como a dos senhores, atentas, para defendê-los naquilo que é
seu de direito.
Eu estava
conversando, agora mesmo, com o nosso amigo Ver. Paulinho Ruben Berta, e ele
tinha confidenciado já para o Omar Ferri o problema da Saúde e discutia comigo:
será que a Saúde também não deveria estar inserida entre os direitos dos
consumidores? Também isso não deveria estar sendo discutido? É claro que não
somente aí, mas será que também esse tema não deveria estar sendo discutido
dentro do Código de Defesa do Consumidor? E ele me questionava se nós, da
Câmara Municipal, poderíamos legislar sobre esta matéria. Eu acho que todas
essas coisas, realmente, devem ser discussões que uma Câmara Municipal deve
fazer, porque, afinal de contas, eu acho que, mais do que nunca, nós, que somos
representantes de uma sociedade tão importante como a sociedade
porto-alegrense, temos que buscar, realmente, esses direitos do cidadão e,
principalmente, os direitos dos consumidores, para que nós possamos atuar de
forma a defendê-los. E nós, como Câmara de Vereadores, representando o conjunto
desta sociedade, temos, sim, a obrigação de respaldar as posições que os
senhores têm diante da sociedade, para que o consumidor, cada vez mais, possa
se sentir melhor defendido. Então, nesta Semana do Consumidor, que bom poder
saber que dois nomes como os dos senhores estão à frente na defesa dos direitos
dos consumidores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente, eu gostaria de cumprimentá-lo. Também gostaria de cumprimentar o
Dr. Alexandre Appel, o Dr. Omar Ferri Jr., em nome da nossa Bancada, o PSOL -
em meu nome e no nome do Ver. Lucio Barcelos -, e parabenizá-los por esses dois
anos de trabalho na nossa Capital e detectar a importância que tem entendermos
o Procon como órgão de Estado e não de governo, para ser uma política
permanente de defesa do consumidor de Porto Alegre e do Estado. Como o nosso
Vice-Presidente do Conselho falava no seu pronunciamento, na tribuna, fiquei
impressionada, esses dias, vendo na televisão uma reportagem sobre o número de
fiscalizações, conciliações realizadas que, ao fim e ao cabo, se precisou
entrar judicialmente com punição em apenas 360 casos entre empresa e
consumidor, em cerca de quatro mil denúncias que o Procon conseguiu resolver,
conciliando as partes e, sobretudo, resguardando o direito do consumidor. Nós
sabemos do problema da informação, e, portanto, são importantes a fiscalização
preventiva e a educação do próprio consumidor, pois existe, dentre outros, o
problema das informações nas entrelinhas, quando a gente vê as promoções na
televisão, no cantinho, e a população vai lá sem essa devida informação na televisão.
Eu gostaria de
levantar também as nossas responsabilidades como legisladores, também pensando
na prospecção da sociedade com relação aos crimes digitais. Eu entendo que
essas questões desafiam o Brasil como nação, o governo federal, os legislativos,
os órgãos de proteção aos consumidores, pois vemos a quantidade de crimes
virtuais que vêm aumentando e a pouca fiscalização que se tem por conta da
legislação. Quero parabenizar vocês e dizer que nós somos parceiros nessa luta
em defesa dos consumidores, que, muitas e muitas vezes, são lesados. Vocês
fazem um trabalho excelente para garantir esses direitos, e nós, aqui, no
Legislativo, nós, do PSOL, nos comprometemos a atuar junto em defesa dos
consumidores. Obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni
Proença está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores;
queridos Alexandre Appel e Omar Ferri Jr., eu queria cumprimentar o Procon
municipal pela passagem de mais um aniversário, o segundo ano dessa iniciativa
que é muito proveitosa e de excelentes resultados. E faço isso contando para
vocês alguns números que nós encontramos. Eu faço parte, na Câmara de Vereadores,
da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, e, nos últimos dois
anos, nós não tivemos nenhuma reclamação com respeito à defesa do consumidor;
muitas com respeito aos direitos humanos e outros temas, mas nenhuma em relação
à defesa do consumidor. Isso se deve, e muito, à existência do Procon
municipal, sua eficiência e capacidade de atender e mediar os conflitos que a
Cidade produz do ponto de vista das relações de consumo. Parabéns a vocês,
parabéns à Administração Municipal pela iniciativa de criar o Procon municipal,
e continuem assim, pois isso alivia o nosso trabalho e protege o consumidor de
Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador-Presidente,
é com satisfação que recebemos aqui, na Casa, esses dois “cruzadistas” que
lutam em prol do Movimento de Defesa do Consumidor, o meu particular amigo, Dr.
Alexandre Appel, Vice-Presidente do Conselho Municipal de Defesa do Direito do
Consumidor, e o responsável pela ação do Procon no Município de Porto Alegre,
Dr. Omar Ferri Jr., a quem eu tive oportunidade de cumprimentar no domingo, na
Feira do Consumidor, organizada pelo Procon municipal. Ao recebê-los aqui,
muito próximo do dia 15 de março, na primeira oportunidade que dispusemos para
nos somar à comemoração do Dia Internacional do Consumidor, devemos, numa
pequena reflexão, lembrar de que, algum tempo atrás, foi feito, em um seminário
do qual eu participei, o maior hino que se possa ter ao trabalho desenvolvido
por V. Exas, quando se
diz que “consumidor somos todos nós”. O maior produtor do mundo é, num
determinado momento, consumidor. O maior comerciante da cidade de Porto Alegre,
em determinado momento, adquire algum produto e, nesse momento, é consumidor,
ou recebe algum serviço, ou utiliza, ou é usuário de algum serviço público, e
nesse momento ele é consumidor. Então, consumidor é o próprio cidadão. Defender
o consumidor é defender a cidadania. E eu acho, meu caro Appel, que, até quando
tu consertas os meus óculos, tu demonstras uma forma de servir e de ajudar,
porque, à medida que nós reconhecemos que todos nós somos consumidores, nós
temos que fazer um trabalho coletivo para que, a todo o momento, o direito do
consumidor, que é o meu direito, é o nosso direito, seja respeitado.
Então, meus parabéns
a ti e ao Dr. Omar Ferri Jr., pelo trabalho que tu desenvolves há mais tempo, e
que ele, com muita competência, está desenvolvendo na cidade de Porto Alegre. É
uma alegria para nós recebê-los no dia de hoje e partilhar com vocês esses
festejos alusivos ao Dia Internacional do Consumidor e ao segundo ano de
atividade do Procon Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver.
Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Prezados
Alexandre Appel e Ferri, queríamos aqui, em nome da nossa Bancada do Partido
dos Trabalhadores, cumprimentá-los e dizer que esse serviço é um serviço de
primeira ordem para qualquer cidadão.
Eu quero aproveitar a
oportunidade, aqui, e já trazer um tema aos senhores para que possamos
analisá-lo. Casualmente eu fiquei sabendo, ontem, de uma jornalista nossa que
teve o seu Cartão Tri furtado no final de semana. Ali diz que há alguns
telefones aos quais se pode recorrer.
Ela recorreu àqueles
telefones que são números comuns: o atendimento “só após as 8 horas do dia
seguinte”. Foi buscar a tentativa de cancelar seus créditos: “só se deslocando
no horário de expediente e indo a um determinado ponto que faz isso,
pessoalmente, para fazer o bloqueio.” E como não se exige nenhuma identificação
pessoal, os créditos são válidos para aquele que usurpou esse cartão, e o prejuízo
fica para o grande número de trabalhadores e usuários.
Quero trazer este
registro para que possamos enfrentar esse possível problema do sistema Tri ou
do transporte público de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr.
Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 de Regimento.
O SR. DR. RAUL: Presidente, Nelcir
Tessaro, é com muita satisfação que, em nome da Bancada do PMDB - Ver. Valter
Nagelstein, Ver. João Pancinha, Ver. Sebastião Melo, Ver. Bernardino
Vendruscolo, Ver. Haroldo de Souza - e em meu nome, nós temos esta oportunidade
de, mais uma vez, reconhecer o trabalho das pessoas que aqui estão, o trabalho
do Dr. Omar Ferri Jr., do Dr. Alexandre Appel, pois, quando se fala, hoje, em defesa
dos direitos do consumidor no Estado e no Município, não se deixa de falar
nunca no nome dessas duas pessoas. São dois grandes batalhadores, dois grandes
lutadores.
Eu tenho a satisfação
de ser amigo do Dr. Appel há uns 20 anos e acompanho essa luta que vem dando
frutos, não é, Dr. Appel? É sensacional quando vemos que a nossa trajetória
está redundando em coisas boas para a sociedade. E é o que nós estamos vendo
com o seu trabalho permanente, com o trabalho do Dr. Omar e de todos os
colaboradores, que são hoje centenas, já milhares, no nosso Estado do Rio
Grande do Sul, uma vez que a questão do direito do consumidor se multiplicou,
tomou características maiores, veio com legislações novas.
Realmente
inverteu-se, em muito, a questão de que, antes, o consumidor era visto como persona non grata. Hoje, não. Hoje, o
consumidor tem que ter realmente os seus direitos respeitados, e vocês são os
baluartes dessa luta pela defesa desses direitos.
Então,
com certeza, Porto Alegre hoje se regozija com a presença de vocês aqui, com o
trabalho que é feito pelo Conselho em defesa dos direitos do consumidor, um
trabalho do Procon municipal, do Procon estadual, e podem ter certeza de que
estamos aqui sempre juntos nessa mesma trincheira, para que possamos, cada vez mais,
ter os nossos direitos de consumidores respeitados. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Anuncio que
também está conosco na Mesa o Sr. Flávio Koch, Conselheiro do Condecon. Muito
nos orgulha sua presença, obrigado.
O Sr. Alexandre Appel está com a palavra.
O SR.
ALEXANDRE APPEL: Quero, mais uma vez, Presidente Nelcir Tessaro,
agradecer esta oportunidade e, fundamentalmente, o apoio dos Srs. Vereadores. A
Verª Fernanda Melchionna tocou num ponto que vem nos preocupando, sobremaneira,
nos órgãos de defesa do consumidor em geral, Ver. Adeli Sell, que é a questão
do golpe na Internet, da fraude. Agora, na semana passada, o Banrisul fez um
seminário, trouxe gente do Brasil inteiro para tratar sobre segurança bancária.
Infelizmente, Verª Fernanda Melchionna, isso é uma realidade que estamos
vivendo. Os órgãos de repressão, os órgãos de segurança, os órgãos de defesa do
consumidor estão sempre um passo atrás do bandido, do falsário, do golpista.
Meu amigo Lucio Barcelos, eu não o havia visto
ainda, perdoa-me, meu amigo há mais de 20 anos; é um batalhador na área da
Saúde pública.
Então, são temas que acho que têm que nos ocupar no
Conselho. Eu até comentava com o Presidente que, graças a uma sugestão do
Conselheiro Flávio Koch, Presidente do Creci, no ano passado, convocamos as
operadoras de telefonia, Ver. Pancinha, para que elas nos dessem explicações
sobre a quantidade de pessoas que não conseguiam acesso, etc. Então, é
importante que tenhamos esse apoio do nosso Legislativo no Procon municipal,
para que possamos caminhar juntos, até na construção de legislações de âmbito
municipal que possam ajudar melhor o trabalho do nosso Codecon, não é isso,
Ver. Braz?
Então, mais uma vez, agradeço pelo carinho dos
senhores que torcem por nós. Peço sempre, em minhas orações, muita saúde ao Sr.
Ferri. Quem já dirigiu, como executivo principal, um órgão de defesa do
consumidor, como eu, sabe. Recebemos inúmeros telefonemas por dia. Todos que
nos ligam dizem: “Ferri, como é que vai? Eu estou com um problema.” Todo o
mundo liga para a gente para passar um problema; ninguém liga para dizer: “Como
tu vais? Quero te mandar um grande abraço.” Ninguém liga para dizer: “Olha, fiz
uma boa compra; o fornecedor me respeitou”, Dr. Raul. Sempre que as pessoas
ligam é para dizer: “Oi, Appel, tudo bem? Eu estou com problema aqui.” Então,
nós somos receptores, receptáculos de problemas. Há dias em que vamos para casa
com a nossa mochila cheia de problemas, e aí encontramos os problemas
domésticos. É muito complicado!
Eu peço muito a Deus que ajude ele, que é um jovem;
acho que a escolha do Secretário Cecchim e do Prefeito José Fogaça, sobre a
figura do Dr. Ferri Jr., foi muito boa, Ver. Braz, porque ele é jovem, é
dinâmico, trabalha suas 20 horas por dia, tranquilamente, e tem muito para
percorrer nesse cenário.
Muito obrigado pelo carinho dos senhores. Torçam
por nós, disponham do nosso Condecon, aproximem-se mais, porque precisamos do
apoio indispensável dos senhores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Agradeço pela palestra do Dr. Alexandre Appel,
Vice-Presidente do Condecon. Agradeço também pela presença do Sr. Omar Ferri
Jr., Coordenador do Procon municipal; e o Sr. Flávio Koch, Presidente do Creci
e Conselheiro do Condecon. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h46min.)
O
SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro - às 14h47min): Estão
reabertos os trabalhos.
O Ver. João Antonio Dib está com
a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs.
Vereadores e Sras Vereadoras; meus senhores e minhas senhoras, sobre
o Instituto Sollus, diziam que eram 7,4 milhões; depois isso ficou nove
milhões, depois em 9,5 milhões; depois em dez milhões de reais, e por aí vai. O
mais importante, tão logo os jornais noticiaram o fato, é que os Secretários
Municipais e o Procurador-Geral do Município estiveram aqui, entregaram farta
documentação para que fosse analisada pelos Srs. Vereadores. O Prefeito pediu
uma auditoria especial ao Tribunal de Contas, enfim, a Prefeitura se
prontificou a responder aos questionamentos que pudessem ser formulados. As
coisas acontecem na Prefeitura de Porto Alegre, e nem sempre se está preparado
para proceder da forma como procedeu o Prefeito Fogaça.
Eu lembro, na Administração Raul
Pont, de que, em uma manhã, pedi, tentei interferir para que os moradores da
Av. Loureiro da Silva, esquina com a Rua Gen. Lima e Silva, não fossem
desalojados das casas em que moravam há 40 anos e que estavam, inclusive, com
decisões judiciais, mas não foi respeitada a solicitação ao Prefeito, e os
moradores foram retirados de dentro de casa pelas retroescavadeiras, que
derrubaram as casas; alguns foram para o Pronto Socorro. Aí, lembro-me de que
vieram ao meu gabinete, já que eu estava tentando uma conciliação, e a Deputada
Maria do Rosário se sentiu melindrada e saiu chorando, porque uma das senhoras
atingidas foi um pouco mais dura nas suas expressões.
Ontem, o Senador José Agripino fez uma contundente
denúncia, falou de forma dura sobre a Cooperativa Habitacional dos Bancários -
Bancoop -, que ele até chamou de “banroubo”, e o Tesoureiro do PT, Sr. João
Vaccari, fez com que 100 milhões de reais - parece que esse é o valor; não sei
se é esse - fossem usados de maneira indevida, inclusive em campanhas do PT.
Pelo menos todas as denúncias eram feitas em relação à campanha do Presidente
Lula e do PT. Nenhum Senador da base de apoio do Governo Lula se pronunciou em
defesa ou explicando, tentando explicar, com exceção do Senador Suplicy, que
disse que falaria em Liderança, mas depois não falou, explicando o fato. Foi
muito criticada a ausência dos Senadores do Partido dos Trabalhadores, dos
peemedebistas que apoiam o Governo, como o Senador Romero Jucá, o Senador
Sarney, o pior brasileiro que já nasceu, e outros Senadores como o Renan
Calheiros, o próprio Collor, não estavam lá para defender o Governo. O Governo
não disse nada, foi acusado o Presidente Lula por ter usado um dinheiro do
Bancoop na campanha. Algumas famílias de lesados pelo Bancoop estiveram no
Senado, foram atendidas, mas não pelos petistas e não pelos apoiadores do
Governo; foram ouvidas por outros Senadores. Eu acho que até o Presidente Lula
deveria comparecer entre as famílias, porque ele tem uma cobertura triplex, que
não foi feita, e está na sua Declaração de Bens, custou 47 mil reais. Ele pagou
47 mil reais pela cobertura triplex - está na sua Declaração de Bens. O Sr.
Vaccari parece que seria o tesoureiro da campanha da futura candidata do PT, a
Ministra Dilma Linhares; assim que eu a conheci. Agora, ela é Rousseff. Quando
ela foi Diretora-Geral da Câmara, aqui do Município, a nossa Câmara, ela se
chamava Dilma Linhares. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Passamos às
O Ver. Claudir Nespolo está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Engenheiro Comassetto.
O SR. CLAUDIR
NESPOLO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu preparei
uma rápida fala que eu achava importante compartilhar com os colegas. Eu
gostaria de começar fazendo um comentário e lamentar a fala do Ver. Dib, com
toda a sua experiência. No alto dessa experiência, o Vereador usar alguns
recortes da revista Veja para fundamentar uma opinião e expressá-la aqui neste
espaço, parece-me uma pobreza muito grande.
Então, sugiro que esse assunto seja tratado com um
pouco mais de cuidado, porque, mesmo com toda a crítica, a pesquisa do Ibope de
ontem apontava os altos índices de aprovação do Governo e da pessoa do
Presidente Lula.
Portanto, cuidado, porque quanto mais bate, mais o
homem cresce. Então, tem que ter cuidado.
O tema do Vaccari é um tema já devidamente
esclarecido junto ao Ministério Público de São Paulo, salvo na presença de um
membro do Tribunal que tem um histórico de fazer política e proselitismo em
cima de temas, principalmente do campo da esquerda.
Então, sugiro que, quando assumirmos o microfone
para fazer esse tipo de crítica, ampliemos o leque de opinião, para não
cometermos injustiças. É muito importante isso.
Eu, ontem, registrei a importância do tema, Sr.
Presidente, da redução da jornada de trabalho para o Brasil, e hoje estou
apresentando e pedindo o apoio para uma Moção de Solidariedade, para que esta
Câmara manifeste também que a produtividade acumulada ao longo dos últimos anos
seja melhor distribuída. A reestruturação produtiva do mundo do trabalho
permitiu um crescimento extraordinário da produtividade; e uma forma de
distribuir produtividade é reduzindo jornada.
Nós sabemos que o setor econômico resiste, porque o
setor econômico tem os seus conceitos e quer manter os seus ganhos. Mas eu faço
um apelo aos Vereadores para que aprovem, por consenso, esta Moção de
Solidariedade à luta, à peleia dos trabalhadores do Brasil para se igualar ao
tempo de jornada de países desenvolvidos ou já num bom estágio de
desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
E gostaria de fazer três comentários, dirigindo-me
à base de sustentação do Governo Fogaça. Eu quero comentar, nesses dois
minutos, três aspectos que me parecem de descaso. Eu poderia aqui dar um
discurso inflamado, mas não vou fazer isso, porque eu acho que temos que
dialogar sobre esses temas da conservação da Cidade. O tema Vila Dique, daquela
rua que atravessa a Vila Dique, onde está tendo, enfim, o deslocamento daquelas
pessoas para um lugar mais adequado, enquanto não é resolvido, tem que haver
conservação naquela via, pois passam ônibus, passa boa parte do PIB da Ceasa
por aquela via, está um abandono, está um alto risco para quem passa e para
quem mora. Enquanto houver morador ali, enquanto for uma via de tráfego, tem
que ter conservação. Mas o que é isso? Só porque é periferia? No riacho da Vila
Recanto do Chimarrão, na Zona Norte, depois de muita insistência da comunidade,
começaram o dreno, a alargar o valo, pois foi alargado, foi limpo por uma
extensão de uns 500 metros, e os últimos 50 metros, quando afunila, enfim, de
baixo da Av. Bernardino Silveira Pastoriza, ficaram para trás os 80 metros para
continuar limpando, exatamente onde a água vai afunilar e vai criar um
problema. Não dá para fazer conservação pela metade!
Eu passei, hoje pela manhã, na Rua da Praia, eu
passo todo dia, pela manhã, na Av. Voluntários da Pátria. Vocês sabem que, para
abastecer aquelas lojas, o comerciante tem que estacionar o caminhão em cima da
calçada? Com isso ele descola, desprende o bloco de basalto. Tanto na Rua da
Praia quanto no entorno da Av. Voluntários da Pátria, estão todos soltos os
basaltos. Hoje de manhã, caiu uma senhora que, seguramente, estava indo
trabalhar na limpeza da casa de alguém, na minha frente. Caiu porque pisou, o
basalto levantou e ela tropeçou! Como não se consegue manter a conservação no
Centro de Porto Alegre? Colar de volta o basalto! Não dá para impedir o
abastecimento das lojas, tem que se resguardar uma coerência! Agora o serviço
público tem que ir lá e colar o basalto de novo! O que é isso? Eu convido vocês
a darem uma caminhada pelos passeios da Rua da Praia, ali passam os pobres, passam
as populações mais simples.
O Sr.
Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Obrigado, Ver. Claudir. Quero cumprimentá-lo pela sua fala e dizer que a Vila
Dique é tema de manchete hoje em um grande jornal do Rio Grande do Sul, na
coluna do Tulio Milman, que diz que a Vila Dique está prestes a ter dois
recordes para o Guinness. O primeiro
é porque os moradores da Região estão convidados a participar da fila mais
longa do mundo para ir ao banheiro da Vila Dique. Então está sendo anunciado
aqui, hoje, justamente para ir ao livro do Guinness.
Obrigado.
O SR. CLAUDIR
NESPOLO: Muito obrigado, Sr. Presidente; eram essas as nossas considerações.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Ervino Besson está com a palavra em
Comunicações. (Pausa.) Ausente.
O Ver. Lucio Barcelos está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo da Verª Fernanda Melchionna.
O SR. LUCIO
BARCELOS: Boa-tarde, Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; público aqui presente, eu vou retomar um assunto que, praticamente,
ocupa espaço na nossa imprensa todos os dias.
Hoje é capa do jornal Zero Hora, do editorial do
jornal Zero Hora, faz parte da matéria de um colunista do jornal Zero Hora; é matéria
do jornal Correio do Povo; é matéria do jornal Diário Gaúcho, enfim, toda a
imprensa continua, cotidianamente, a abordar o problema que vivemos, que a
população de Porto Alegre vive, que é o problema da falta de estrutura e de
recursos na nossa área da Saúde. É um assunto recorrente, a gente vem aqui e
fala, tem reunião na COSMAM, tem visita ao Hospital Conceição, tem visita ao
Hospital de Clínicas, visita-se a Secretaria Municipal da Saúde, visita-se o
HPS, visita-se o Hospital Presidente Vargas, e não se vê nenhum tipo de
melhoria significativa na questão da Saúde pública em Porto Alegre. A última
notícia é a da morte de uma paciente que teve um AVC, não havia leito de UTI,
em Porto Alegre, na área neurológica, teria que ir para o Interior, não conseguiu
ir, enfim, a paciente faleceu. E isso aconteceu mesmo com todos os recursos que
temos, Centrais de Regulação de Marcação de Consultas, Central de Regulação de
Marcação de Exames Especializados, enfim, não conseguimos resolver, o Governo
não consegue resolver esse problema.
E por quê? Porque tem falta de gente, falta de
profissional, porque não nomeiam médicos, não nomeiam enfermeiros, não nomeiam
técnicos em enfermagem, não nomeiam pessoal na área da Saúde em geral. E não
podemos dizer que faltam dois, ou três, ou quatro; não, faltam mais de mil
profissionais na área da Saúde, mais de mil! Eu já disse isso e estou
repetindo: faltam mais de 200 médicos, existe esse déficit na Secretaria
Municipal da Saúde de Porto Alegre.
Se não tem gente, se faltam profissionais, se as
relações de trabalho são precarizadas, se os profissionais que são chamados
para serem nomeados não aceitam, porque os salários
são insuficientes, Ver. João Carlos Nedel, porque os salários são baixos, nós
não conseguimos, a população não consegue ter acesso a esse sistema.
E tem uma situação
que eu acho calamitosa, brutal, inaceitável, que é o fato de que até hoje
existem as malditas filas na frente das unidades sanitárias, em que as pessoas
vão às quatro horas da manhã, às cinco horas da manhã, com chuva, sem chuva,
com sol ou sem sol e ficam até as oito, nove, dez horas da manhã para, às
vezes, conseguir uma consulta de especialidade básica, e nem sempre conseguem!
E não é gente jovem; via de regra são pessoas idosas e pobres, que ficam nessas
filas de uma forma completamente humilhante.
Ou a Prefeitura
define uma política real, concreta de rever a questão dos salários, de rever a
questão das nomeações, de nomear pessoal para trabalhar nessa área ou vamos
continuar, dia a dia, semana a semana, mês a mês, com a imprensa repetindo a
mesma situação como se nada pudesse ser feito. Eu tenho a mais plena convicção
de que esse é um problema de solução absolutamente fácil. Não existe nada que
impeça a Prefeitura de contratar, nomear ou colocar pessoal habilitado para
atender de uma forma digna a população de Porto Alegre.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª realmente tem razão: faltam médicos
na área da Saúde, não sei se é porque o salário é baixo ou se realmente faltam
médicos. Na sua opinião, V. Exª está de acordo com o cancelamento da concessão
de novas Faculdades de Medicina?
O SR. LUCIO BARCELOS: Eu acho que o meu
tempo esgotou. Só uma palavra, eu acho, Vereador, que essa discussão passa pelo
Conselho Regional de Medicina, pelo Sindicato Médico e, aliás, amanhã é a posse
da nova diretoria e do seu Conselho de Representantes, do qual eu tenho a honra
de fazer parte. Eu acredito que é um debate que temos de fazer de uma forma
mais adequada. Provavelmente tenhamos numero suficiente de médicos em Porto
Alegre. O problema é a distribuição desses médicos dentro do Estado do Rio
Grande do Sul. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos
Requerimento, de autoria do Ver. Waldir Canal, solicitando autorização para
representar esta Casa no Seminário A Reforma do Código Brasileiro de Justiça
Desportiva, a realizar-se nos dias 24 e 25 de março de 2010, na cidade de
Brasília.
Apregoamos Requerimento, de autoria do Ver. Beto
Moesch, solicitando autorização para representar esta Casa no Curso de Educação
Ambiental: Desafios de uma Sociedade de Risco, realizado no dia 17 de março, na
cidade de Lajeado.
A Verª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, primeiro
quero agradecer o Ver. Haroldo pela cedência de tempo no período de
Comunicações. Eu gostaria, Ver. Haroldo, de falar sobre um tema extremamente
importante para a nossa juventude, que é a possibilidade e a alternativa de
educação através da criação de escolas técnicas.
Segunda-feira, nós estivemos na Escola Mesquita - o
Ver. Oliboni representou a Casa -, onde houve uma audiência pública da Assembleia
Legislativa, coordenada pelo Deputado Mano Changes, que é o Presidente da
Comissão de Educação da Assembleia. Ali, através da representação do Ver.
Oliboni e também desta Casa, nós pudemos debater esse importante programa que
será instalado para dar conta de toda a área educacional da Zona Norte da
cidade de Porto Alegre.
Várias representações estiveram presentes a essa
audiência, como a Deputada Federal Maria do Rosário, o Sr. Eliezer Pacheco,
Diretor-Superintendente do MEC; o Dr. Paulo, Diretor do Instituto de Formação
de Escolas Técnicas do Estado do Rio Grande do Sul, que já esteve conosco aqui;
e também a Srª Jussara Cony, Superintendente do GHC. O programa, através de uma
parceira entre a Escola Mesquita, o Sindicato dos Metalúrgicos, o Grupo
Hospitalar Conceição e o MEC, vai oportunizar ali a criação de uma escola
técnica que vai trabalhar o tema da saúde, um tema que tem sido recorrente
nesta Casa, Ver. Toni Proença, trabalhado no sentido de criar condições para
que os programas, os projetos, especialmente os PSFs de Porto Alegre, fossem
efetivamente implantados e que pudessem dar continuidade ao trabalho que se tem na Cidade, com Projetos específicos que aprovamos aqui nesta Casa, no
ano passado. Estamos ainda em discussão, especificamente, sobre o PSF, Projeto
que foi trabalhado na última Sessão desta Casa.
E, por conta da
necessidade de uma maior qualificação dos trabalhadores da Saúde em todo o
Estado do Rio Grande do Sul, mas, especificamente, em Porto Alegre, surgiu a
demanda para a criação dessa escola técnica que, já agora, no segundo semestre
de 2010, terá a primeira turma, uma turma-piloto, que estará trabalhando e
unificando algo extremamente importante: o conceito do pensar, o conceito
acadêmico com o conceito do fazer, o conceito de estar ali ouvindo, também, o
saber popular intrínseco na construção pedagógica dessa escola.
Nós ficamos muito
felizes com todas as representações que estiveram naquela audiência, em que se
oportunizou o bom debate de como será e como se dará a configuração dessa
escola.
Chamo a atenção,
também, que essa escola é específica na área da Saúde, até para trabalhar a
formação dos profissionais e trabalhadores da Saúde da nossa Cidade, mas há um
grande incentivo do Governo Federal para resgatar as escolas técnicas no Brasil
como um todo. E Porto Alegre tem trabalhado no sentido da instalação da escola
técnica do Partenon. Aqui, a Comissão de Educação, no ano passado, com o DJ
Cassiá, trabalhou muito nesse tema. Hoje a Prefeitura já conseguiu liberar a
possibilidade do terreno, que é o grande impasse na contrapartida da
Prefeitura, para que, efetivamente, lá na região do Partenon, na Região Leste,
possa ser realizada a implementação dessa escola.
O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maria Celeste, eu quero cumprimentar
o Ver. Aldacir Oliboni e, também, o Secretário de Inovação e Tecnologia, Newton
Braga Rosa, que, conjuntamente, viabilizaram a cessão desse terreno. Então,
acho que a Câmara está de parabéns, e o Ver. Aldacir Oliboni, vamos dizer, da
oposição, teve oportunidade de falar, lá no Paço, em nome da Câmara Municipal,
e isso é muito importante.
A SRA. MARIA CELESTE: Quero dizer, Ver.
João Carlos Nedel, que os Vereadores desta Casa, dos mais diversos Partidos, têm-se
destacado exatamente na construção de possibilidades para a melhoria do povo de
Porto Alegre. É assim no tema da escola técnica, nós temos visto que diversos
Vereadores - e citei, na minha intervenção, vários Vereadores, tanto de
situação, quanto de oposição - têm feito um esforço para que a Prefeitura
agilize, cada vez mais, a oportunidade de implementação e de instalação das
escolas técnicas na nossa Cidade. Muito obrigada, Sr. Presidente.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Dr. Raul está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo do Ver. João Antonio Dib.
O SR. DR.
RAUL: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Vereadores, Vereadoras; aqueles que
nos assistem, eu agradeço, num primeiro momento, o Ver. João Dib, pela cessão
do seu tempo e, desde já, quero reconhecer que a Cidade hoje avança, e avança
muito. Hoje pela manhã, estivemos ali no Cais do Porto, para mais uma
iniciativa da nossa Câmara de Vereadores, junto com o Executivo, que foi a
sanção da Lei que faz com que o turismo aquaviário se restabeleça no nosso
Município e também nos Municípios que o cercam. Então, fiquei muito feliz em
ver - eu, que sou ligado às ilhas do Guaíba há quase 30 anos, pelo menos uns 25
anos - que isso está sendo, realmente, valorizado. Lá estavam presentes pessoas
como o Willian, Presidente da Associação do Turismo Náutico, a Atun, o nome já
bem diz que é uma associação de turismo náutico; o Marinho, que também tem um
barco naquela região há muito tempo atuando, assim como os outros barcos que
têm essa atividade. E aí também quero dizer que isso tem a mão do Ver. João
Carlos Nedel, através da Frente Parlamentar do Turismo, aqui criada. Todos nós
nos esforçamos muito nesse sentido, é um assunto que vem sendo trabalhado há 40
anos na nossa Cidade, e o próprio muro da Mauá acabou fazendo com que nós
déssemos as costas para o rio. Agora, com o projeto do Cais do Porto, depois de
todo esse tempo que passou, com essa articulação do Governo do Estado, com a
Prefeitura Municipal dando o Regime Urbanístico, ele passa a ser uma realidade
nos próximos meses. Então, nós temos todos a ganhar com esse tipo de ação.
Quero dizer que o Secretário de Turismo tem sido muito feliz nas suas ações. A
Secretaria do Turismo foi uma criação que, realmente, trouxe para Porto Alegre
uma diferenciação nessa área.
Eu também gostaria de fazer mais uma manifestação
no sentido de que, amanhã, teremos uma nova gestão do Sindicato Médico do Rio
Grande do Sul sendo empossada, lá estaremos - também fazemos parte do seu
Conselho de Representantes - e achamos que é muito importante a luta de muitos
anos do Dr. Paulo de Argollo Mendes, hoje Presidente da Fenam - Federação
Nacional dos Médicos -; da Drª Maria Rita de Assis Brasil, que está na
Vice-Presidência, há bastante tempo, da nossa entidade sindical. O Sindicato
Médico realmente luta muito pela categoria e cumpre rigorosamente o seu papel.
Quanto ao assunto que foi levantado pelo Ver.
Nedel, sobre a questão das escolas de Medicina, eu acho muito importante que
esse tema seja bem trabalhado. A minha posição a respeito é clara: nós temos
realmente um número bastante grande de médicos, que tem de ser renovado, mas as
escolas são suficientes. Nós precisamos qualificá-las. E aí nós temos um outro
problema, que é o sistema público de Saúde e a valorização dos médicos. Então,
precisamos criar mecanismos para valorizar a Saúde no nosso País, para que os
médicos que atuem dentro da rede pública sejam bem remunerados, sejam adequados
de uma maneira que contemple a sua formação, porque a formação médica hoje é
de, no mínimo, oito ou nove anos, é uma formação difícil e que exige um empenho
muito forte de todos. Essa profissão tem que ter valorização, porque quem vai
lá no posto de saúde, quem vai lá no hospital quer ter o especialista, o médico
ao seu alcance. E nós precisamos fazer com que a população tenha esse acesso
mais rápido, mais dinâmico.
Eu lembro que, há cerca de 15 anos, a Central de
Marcação de Consultas Especializadas foi criada na Cidade. Essa Central
funciona até hoje e funciona muito bem. Hoje ela está sendo, inclusive,
informatizada na sua integralidade - agora, no próximo ano, vai avançar muito
essa questão. A Central funciona muito bem, mas não consegue marcar consultas
para todas as especialidades no período necessário, pois não existe a
quantidade de especialistas de que se precisa. Eu me recordo de que, no início,
quando foi criada a Central de Marcação, há cerca de 15 anos - e eu trabalho,
até hoje, num pequeno posto de saúde lá no Campo da Tuca -, se avolumavam
imensas papeladas, para se marcar consultas por telefone na Central, e muitos
postos não dispunham, naquela época, nem de telefone. Em virtude disso, os
funcionários tinham que sair dos postos de saúde para ir a um orelhão e ligar a
cobrar para a Central de Marcação. Então, já avançamos muito nessa questão e
vamos avançar muito mais. E vamos trabalhar todos juntos, pois a Saúde é um
direito de todos e não um direito partidário de A ou de B. Saúde para todos.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra em
Comunicações.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: Presidente Nelcir Tessaro; Vereadoras e Vereadores, o Ver. Dr. Raul já
falou algumas coisas sobre o nosso turismo em Porto Alegre, especialmente da
revitalização do Cais do Porto - é muito bom, Dr. Raul, que estejamos avançando
nisso. E nesta linha, também trago algumas notícias da Frentur: o
Vereador-Presidente Nelcir Tessaro, ontem, palestrou na Sociedade de
Engenharia. Foi uma bela palestra, foi um diálogo com os engenheiros e
arquitetos da nossa Cidade, sob o comando do Ver. Pancinha, que lá esteve e faz
parte do seu Conselho. Fiquei muito satisfeito, porque o Presidente da
Sociedade de Engenharia, Dr. Cylon Rosa Neto, comunicou-me que, atendendo à
solicitação da Frente Parlamentar desta Casa, concluiu um acordo com o DMLU de
que a Sociedade de Engenharia vai se encarregar da limpeza da praia da Pedra
Redonda, que fica nos fundos da Sociedade de Engenharia, estendendo-se um pouco
para o lado. Realmente aquela área está numa situação precária - toda a área
pichada, com depósito de oferendas que lá ficam prejudicando aquela parte
belíssima da nossa cidade de Porto Alegre. Aos mais jovens, que não conhecem,
faço o convite: conheçam a praia da Pedra Redonda, que é uma paisagem muito
bonita.
O segundo assunto também é sobre turismo. Hoje o
Prefeito sancionou a Lei aprovada nesta Casa, sobre o turismo aquaviário, ou
seja, sobre o lago Guaíba, basicamente os barcos que fazem os passeios turísticos
no nosso Guaíba. Então, é extremamente importante, porque estava havendo alguns
conflitos ali, e como agora a Secretaria do Turismo também regulamentará essa
atividade, estamos dando um passo a mais no desenvolvimento do turismo no lago
Guaíba - temos muito trabalho, ainda, a fazer.
Também a Frente Parlamentar do Turismo, Ver. Adeli,
da qual V. Exª é o Secretário-Geral, fez uma solicitação à Pepsi-Cola, que
adotou o Parque da Redenção, para que lá coloque uma atração turística
importante para a nossa Cidade. E nós sugerimos, Ver. Pancinha - que também faz
parte da Frente Parlamentar do Turismo -, que colocasse fontes de águas
dançantes, Ver. Paulo, para que, realmente, sejam uma atração forte na nossa
Cidade, sob o aspecto turístico. Vamos aguardar a resposta.
Ver. Reginaldo Pujol, que esteve comigo no almoço
da Associação dos Transportadores Turísticos da nossa Capital, e Ver. Adeli,
que é o encarregado da área de transportes da Frentur, lá nos foi sugerido que
esta Casa articulasse uma regulamentação sobre o transporte turístico na cidade
de Porto Alegre, pois ainda não existe lei para isso. Nós já estamos
participando de um grupo de trabalho, na PGM, para viabilizar essa
regulamentação, e esperamos também incluir, Ver. Pujol, uma regulamentação dos
outros sistemas de transportes, inclusive lotações e ônibus.
Finalmente, Sr. Presidente, por delegação de V.
Exª, estou representando a Mesa Diretora nas reuniões preparatórias do Censo de
2010, e hoje, nesta Casa, tivemos uma reunião em que participaram várias
entidades, como o IBGE, divulgando o Censo. E uma das coisas que eu queria
chamar atenção dos Srs. Vereadores é que estão faltando recenseadores para
trabalhar por três meses, ganhando um bom salário. Depois, não podemos reclamar
que há desemprego em Porto Alegre! Estão ofertando mais ou menos 500 vagas para
o trabalho de recenseador, de agosto a novembro, Ver. Comassetto, com um
salário entre 700 a 1.200 reais, aproximadamente, exigindo, apenas, o Ensino
Fundamental para recenseadores, e Ensino Médio para os supervisores. Então, é
uma oportunidade de trabalho, ainda existem inscrições nos Correios e
Telégrafos e nos CARs regionais da nossa Prefeitura Municipal. É uma grande
oportunidade para os senhores Vereadores indicarem as pessoas que necessitam trabalhar.
Obrigado, Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Presidente Tessaro; colegas Vereadores, demais cidadãos
presentes aqui na Câmara. Eu quero dar retorno sobre um assunto pelo qual
fiquei responsável de acompanhar quando membro da Comissão de Direitos Humanos
desta Casa, em 2009. O assunto é relativo ao Loteamento da Atilio Supertti.
Quando tivemos esse assunto em pauta na Comissão, as lideranças vinculadas a
esta luta pela moradia estavam preocupadas com os trâmites desse assunto nos
órgãos públicos. O processo de regularização do loteamento e da construção das
unidades habitacionais, que se encaixou no Programa Minha Casa, Minha Vida,
também tem a parceria do DEMHAB, da Secretaria Estadual de Habitação, da Caixa
Econômica Federal. Tal assunto estava angustiando as lideranças, porque havia a
necessidade, ainda, da passagem dele pela Secretaria do Planejamento e pelo
DEMHAB para que pudessem, então, ser iniciadas as obras. E eu fico feliz em
anunciar que esse processo já está avançando muito, e, nessa semana, deve sair
a anuência por parte da Metroplan, onde o assunto está sendo tratado pelo Sr.
Nilton Reis, responsável pelo patrimônio do Estado naquele órgão, e a partir
daí, o Governo do Estado poderá encaminhar para o Registro de Imóveis, onde
serão feitas as matrículas individuais, num prazo máximo de 30 dias. E, após isso,
o projeto das casas pode ser licitado pela Caixa Econômica Federal, e esses
moradores, que há anos lutam para ter uma casa, um bem primordial para uma vida
digna, finalmente a terão no ano de 2010.
Então, quero agradecer os Órgãos da nossa
Prefeitura, a SMOV, a Secretaria do Planejamento, o DEMHAB, e também o empenho
da Assembleia Legislativa, que encaminhou o Projeto de Lei doando a área para a
Caixa Econômica Federal; agradecer também o empenho da Caixa Econômica Federal
e, principalmente, das lideranças, como o Maurício e tantas outras, que não
desistiram, não deixaram de sonhar, de lutar, de reivindicar, e tiveram o apoio
de nós todos, Vereadores, principalmente dos membros da Comissão de Direitos
Humanos.
Nós todos, Vereadores, estamos acompanhando e vamos
acompanhar esse processo até a sua conclusão, até a primeira casa ser entregue,
que não pode e não passará do ano de 2010!
Aproveito para anunciar que estive, nesta
terça-feira, com o Secretário Municipal do Meio Ambiente, o Professor Garcia,
que me informou que as obras da primeira etapa do centro comunitário da Entrada
da Cidade já foram licitadas e já existe uma empresa para iniciá-las. Esse
centro comunitário será construído onde era o antigo Sesi, na Vila Farrapos, e
terá seu início no mês de abril. É uma conquista muito importante para os
moradores dos bairros Humaitá, Farrapos e Navegantes; é um sonho que aqueles
moradores alimentam há mais de 20 anos, porque lá, há muito tempo, havia o
Sesi, que oferecia enormes atrativos, serviços, vantagens aos moradores, mas,
infelizmente o Sesi foi retirado; aquela estrutura maravilhosa acabou sendo
depredada, e hoje não existe praticamente nada, a não ser um campo de futebol
administrado pelas lideranças comunitárias. Graças à preocupação e à responsabilidade
do Prefeito Fogaça com a exclusão social, nós vamos conseguir, com o apoio do
Secretário do Meio Ambiente, o Sr. Garcia, e com a luta do Fórum dos Líderes
Comunitários da Região dos bairros Humaitá, Farrapos e Navegantes, que essa
obra se concretize. É a primeira etapa do Centro Comunitário da Entrada da
Cidade. É uma conquista importantíssima que, com certeza, vai ajudar na
qualidade de vida e no enriquecimento daquela Região. Muito obrigado,
Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em
Comunicações.
O SR. ADELI
SELL: Primeiro, meu caro Presidente, permita-me cumprimentar as nossas
Taquígrafas, que têm sempre sido tão diligentes com o nosso trabalho aqui: a
Cláudia Pasquali Coelho, que foi eleita a Chefe da Seção de Taquigrafia; a
Cristine Cossentino Bruck, Chefe do Setor de Revisão e a Marioneide Schwengber,
Chefe do Setor de Apanhados Taquigráficos. A nossa saudação ao seu trabalho e
às novas chefias.
Presidente, colegas Vereadoras, Vereadores,
senhoras e senhores, nós, Vereadores, temos a função fundamental da
fiscalização e de cuidar das coisas da nossa Cidade. A minha bandeira sempre
foi, e nunca deixará de ser, a Cidade de Porto Alegre e os seus moradores. Eu
quero dizer que nós estamos vivendo um momento muito ruim em relação aos
serviços prestados pela Prefeitura. Nunca antes na história desta Cidade eu vi
esta Cidade tão suja, tão imunda, tão esburacada e com tantos pontos de luz
apagados.
A imprensa local não divulgou, omitiu que, o local
onde foi assassinado o Secretário de Saúde, é um dos lugares mais escuros desta
Cidade. Isso foi omitido da população, mas aqui estou eu, Vereador desta
Cidade, para dizer que, no entorno do Zaffari, na Rua Hoffmann, na Rua General
Neto, na confluência daquelas ruas que
descem o Morro Ricaldone, tudo é escuro! Não bastasse a falta de pontos de luz,
os pontos de luz que existem são tapados por árvores que, inclusive, várias
delas vão cair, porque estão impregnadas de erva-de-passarinho! E a Prefeitura
de Porto Alegre e a SMAM teimam em dizer que não há problema com a saúde das
árvores de Porto Alegre! Outra árvore vai cair na Praça da Matriz! Lá da Av.
Mário Meneghetti, recebi agora um e-mail
chamando a atenção para uma árvore que vai cair, e que terá tristes resultados:
pessoas poderão se ferir.
Esta é a Cidade do abandono, mas, enquanto eu
estiver aqui, e a Cidade não for arrumada, não for respeitada a sua cidadania,
eu vou falar e vou aumentar o tom de voz! Pois me parece que, na boa conversa,
no bom diálogo, Ver. Claudir Nespolo, não tem conversa com esta Administração.
Não tem conversa com essa Administração! Então é preciso gritar, porque talvez
assim as pessoas nos ouçam!
Eu fico impressionado também como a Liderança do
Governo vem aqui, desanca e desaparece! E não é um dia, não são dois dias: é a
tônica da Liderança do Governo e dos responsáveis por este Governo que não
ouvem o que nós temos a dizer. E não é bronca, não é choro de oposição; é a
dura e triste realidade de Porto Alegre! Ou eu não estou falando a verdade?
Venham me dizer que há fiscalização nas calçadas de
Porto Alegre! Não há fiscais! A Secretária Sônia reconheceu que faltam 122.
Faltam mais. Não há fiscais, Ver. Nilo Santos! Precisamos ter fiscais. Ainda
bem que a diligente Secretária Sônia tem a grandeza, porque muitos Secretários
não têm a grandeza de reconhecer os erros da Prefeitura! Ela veio aqui e disse
que, sim, e que fôssemos verificar junto ao Governo essa solução. Indicou o
caminho. E eu já tenho reunião marcada com o GPO.
Agora, o Viaduto Otávio Rocha, monumento
esplendoroso da cidade de Porto Alegre, está sendo danificado todos os dias, e
nada é feito! Por falar em Otávio Rocha, quero lembrar aos ecologistas desta
Cidade - alguns são ecologistas que respeito muito - que se esquecem de quem
foi o primeiro Prefeito a plantar árvores nas calçadas de Porto Alegre: Otávio
Rocha, inclusive por indicação do seu amigo Protásio Alves, que estava no Rio
de Janeiro e verificara que lá se plantavam árvores nas calçadas, o que era
muito importante para a Cidade.
A “cidade do falta”. Falta absolutamente tudo em
termos de serviços. Espero que as nossas demandas, que são as demandas do povo
de Porto Alegre, sejam ouvidas e que possamos ter essas demandas atendidas.
Falta luz, falta arrumação de calçadas, falta conserto de ruas, porque as ruas
estão esburacadas. As praças estão tomadas de matagal. E temos um outro
problema que levantei ontem, no meu boletim eletrônico, e que teve repercussão
inclusive na mídia: os 12 morcegos que foram pegos com o que se chama de peste
da raiva; não sou técnico, mas há alguns técnicos aqui que poderão me
responder. Ou também isso é invencionice da oposição?
Como já levantei várias questões aqui, e ninguém me
responde, então quero dizer que estão reconhecendo que este Vereador, Adeli
Sell, da Bancada do PT, está falando a verdade, até porque não sou da turma que
inventa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O SR. NILO
SANTOS: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, o Ver. Adeli
Sell é um homem inteligente, um homem equilibrado, mas deve ter acontecido
alguma coisa em casa hoje que o deixou meio estragado, inclusive da memória,
Ver. Pancinha, porque tentar culpar a SMOV, ou o Secretário Maurício, ou este
Governo pela morte do Eliseu Santos... Problema de falta de iluminação... Mas o
Ver. Adeli Sell sabe que todas as lâmpadas estão ligadas, estão acessas lá; o
problema é que aquela Região é muito arborizada. Se é assim, então, Ver. Adeli
Sell, o culpado pela morte do Eliseu foi a SMAM, que não podou as árvores! Ou o
culpado pela morte do Eliseu e de tantas mortes na Cidade é do seu Governo,
porque, se o Fogaça não pagasse a dívida de 50 milhões de reais que esta
Prefeitura tinha... Quando o Fogaça assumiu a Prefeitura, havia uma dívida de
50 milhões de reais com a CEEE, dívida que teve que ser negociada pelo Prefeito
José Fogaça, com o apoio do Senador Sérgio Zambiasi, para que não cortassem a
luz das creches e dos abrigos da Cidade também. Havia uma dívida de 50 milhões
de reais, Ver. Adeli Sell! Parece-me que o seu Governo tem culpa nisso também.
Ver. Adeli Sell, o senhor que é um homem
inteligente, aquela Região é arborizada, assim como tantas outras áreas. Se
cortarem as árvores daquela Região, o senhor vai ser o primeiro a vir aqui
reclamar da SMAM! A morte do Eliseu foi uma fatalidade, Ver. Adeli Sell, e não
posso admitir que o senhor venha usar a morte dele para fazer politicagem! O
senhor não é desse tipo, não é do tipinho que faz isso! Politicagem em cima da
morte do Eliseu, Ver. Adeli Sell, por favor, é baixar muito o nível! Isso não
combina com o senhor, com a sua figura, com a sua imagem dentro desta Casa.
Falar que as ruas estão esburacadas ou que é problema de iluminação é uma
coisa, mas tentar dizer que a SMOV ou o Secretário Maurício tem culpa pela
morte do Eliseu por causa da escuridão... Foi o que deu a entender, Ver. Adeli
Sell, que o problema da iluminação, a falta de iluminação contribuiu para a
morte do Eliseu. Depois, se o senhor quiser, podemos buscar as notas
taquigráficas das nossas competentes Taquígrafas. Ver. Adeli Sell, na realidade,
se formos usar a morte do Eliseu para tentar criar fatos políticos, nós vamos
entrar em atrito aqui nesta Casa, vamos entrar em choque, porque não vamos
permitir que a morte de um companheiro nosso de Partido, uma morte brutal
ocorrida diante da sua filha e de sua esposa, não vamos aceitar que isso seja
usado como fato para politicagem dentro desta Casa. Não enquanto estivermos
aqui, Ver. Adeli Sell, tanto eu quanto os Vereadores Pingo Vilar, Marcello
Chiodo, Tessaro, Brasinha, não vamos admitir isso! Não vamos permitir que a
morte do Eliseu sirva de bandeira para atingir algum político! Não vamos
permitir de forma alguma! Quero dizer, também, senhoras e senhores, até para
esclarecer, Ver. Luiz Braz, quando este Governo assumiu a Prefeitura, depois dos
16 anos - a gente não gosta de voltar atrás, porque já passou tanto tempo, este
Governo já foi reeleito, o povo já disse “sim” novamente para ele -, quando o
seu Governo saiu, Ver. Oliboni, deixou uma dívida de 50 milhões com a CEEE,
isso é fato! Deixou uma dívida. Se dependesse do seu Governo, hoje a Cidade
estaria às escuras, Ver. Pujol, inclusive as creches, os abrigos estariam às
escuras.
Hoje nós estamos com o Programa Nacional de
Iluminação Pública Eficiente - ReLuz sendo executado. Então, Ver. Adeli Sell,
um pedido aqui de um amigo seu. Não use mais o nome do Eliseu Santos como
bandeira para criar fato político ou para tentar achar um culpado pela morte
dele. Os culpados já estão na cadeia. Esperamos que permaneçam lá por muito
tempo, Ver. Claudir, por muito tempo! Obrigado, senhoras e senhores.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. ADELI
SELL: Presidente, se, na minha fala, apareceu alguma barbaridade, que aqui foi
contestada pelo Ver. Nilo, eu retiro, porque jamais passaria pela minha cabeça
fazer esta ligação: eu falei do local, não dei culpa, absolutamente, para esse
episódio lastimável, a questão da escuridão. Apenas localizei o problema,
apenas isso. Eu respeito o Ver. Nilo tremendamente, e ele sabe disso.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Obrigado, está registrado, Ver. Adeli Sell.
O SR. VALTER
NAGELSTEIN: Só gostaria de fazer o registro de que estou presente tanto no painel -
o que já está registrado, V. Exª pode ver - quanto aqui no plenário. O Ver.
Adeli acabou de subir à tribuna para me acusar de subir à tribuna, de ocupar os
espaços, e depois sair, ir embora e dar as costas. Eu não sei, não faço juízo
com relação aos outros Vereadores; sei da minha vida e do meu trabalho. Posso
dizer que não faço juízo com relação aos outros Vereadores, mas que eu estou
sempre aqui, sempre diligente, sempre presente. Muito obrigado.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está feito o registro.
O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu quero declarar publicamente que tenho, com alguma frequência,
alguns desencontros de opinião com o ilustre Ver. Adeli Sell que não desejo
acentuá-los no dia de hoje, tanto, Vereador, que escolhi um tema para abordar
ao qual eu tenho absoluta certeza de que V. Exª vai apoiar no meu
pronunciamento. Conheço a sua posição há mais tempo.
Quero, Sr. Presidente, comentar uma notícia que
saiu no jornal O Sul e em todos os outros veículos também, mas, no O Sul, de
forma muito especial. Na página 8, manchete de cima de página - aqueles que
conhecem o jornalismo sabem o que isso significa, página par, em cima de página
-, a manchete é a seguinte: “Legalização dos bingos é a maior prioridade dos
Deputados da Câmara Federal”.
Ver. Haroldo, nós, muitas vezes, já nos
manifestamos sobre esse assunto, esse crime que se faz contra a economia
popular, quando, a pretexto de superar uma crise governamental há 10 anos, em
torno disso, numa penada, se proibiram os bingos no País; neste País, Ver.
Lucio, onde a Caixa Econômica Federal tem mais de 20 produtos de concursos de
prognósticos, e a todo o momento estão surgindo problemas, tal como lá em Novo
Hamburgo, jogou ou não jogou, ganhou ou não ganhou, e aí por diante; neste País
onde, semanalmente, migram milhares de dólares de apostadores enriquecidos que
usam a Internet para apostar em movimentações de cassinos no Exterior, aos
quais têm acesso pela via da comunicação eletrônica. Em função de que um
cidadão havia recebido um dinheiro, uma propina, para escamotear determinadas
situações, num lance de mídia, um lance midiático, se fechou o bingo. E, ao se
fechar o bingo, se retiraram, inclusive, da tributação do País recursos
consideráveis que poderiam estar sendo utilizados em favor de programas de
educação, de apoio ao esporte, de assistência social, e assim por diante.
Hoje, Ver. Braz, quando se joga nos cassinos,
especialmente nos de Punta del Leste, quem recolhe dinheiro para isso, quem é
beneficiado é o Governo do Uruguai, é o turismo do Uruguai, e assim por diante.
Dois grandes Vereadores me aparteando, só podem me
dar honra. Ver. Adeli, com a palavra.
O Sr. Adeli
Sell: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exª acertou, estou
aqui para apoiá-lo, para dizer que eu espero que o Congresso Nacional
regularize os bingos do País, porque qualquer jogo sem controle, nós sabemos no
que dá; jogo com controle significa impostos, significa postos de trabalho,
significa desenvolvimento. E àqueles que combatem o jogo por causa da questão
de que alguns podem se viciar, eu quero dizer que vício se combate com
políticas de saúde, porque existe o vício do jogo, o vício da bebida e outros
tantos. Então, o resto é, na verdade, hipocrisia. E assim como regularizaremos
agora os bingos, eu espero que o próximo seja o jogo do bicho. Muito obrigado.
O Sr. Luiz
Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, eu quero cumprimentar V. Exª pelo seu pronunciamento,
e espero que esse seja o primeiro de muitos outros pronunciamentos que venham
aqui para discutir esse tema de uma forma boa como V. Exª está fazendo. Trinta
e quatro por cento do que for arrecadado no jogo vai para os impostos, e, com
toda a certeza, nós vamos ter aí setores que hoje estão órfãos sendo bem
subsidiados.
O SR. REGINALDO
PUJOL: Obrigado, Ver. Braz. Sr. Presidente, eu vejo que o meu tempo se esgota
e consulto V. Exª se posso utilizar a Comunicação de Liderança para continuar,
já que eu cedi tempo para os colegas me darem a honra do aparte.
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): V. Exª tem cinco minutos para uma Comunicação de
Líder.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Correto. Vejam só o que já foi dito nos apartes,
sobre as notícias que eu estou comentando, algumas informações que eu considero
relevantes. As projeções indicam que as casas de bingo movimentariam, uma vez
reabertas, 27 bilhões de reais e que, Ver. Braz, isso deixaria, no mínimo,
24,44% de impostos, o que representa alguma coisa como 6 ou 7 bilhões de reais
ao ano, tudo que, alegadamente - ou mais do que alegadamente -, vai perder o
Rio de Janeiro na redistribuição dos royalties,
do resultado dos royalties como é
complementado.
Então veja bem o seguinte: eu, com muita frequência
- eu sou muito aberto nas minhas posições -, eu digo esse é um País de
fariseus, o País do faz de conta. A gente proíbe que um bingo funcione
regularmente - ali, o Bingo Roma, por exemplo, funciona irregularmente, aberto,
transparente, as pessoas indo ali jogar - a título de impedir que as pessoas,
obsessivamente, gastem seu dinheiro. E, ao mesmo tempo, se cria, por todo esse
País, inúmeras oportunidades de jogos oficiais. Quer dizer que o jogo é
proibido no Brasil, hoje, quando é feito pelo particular; agora, o Governo, a
Caixa Econômica Federal, os Governos estaduais que bancam as suas loterias estaduais,
esses podem fazer jogos quantas vezes quiserem.
Aliás, Ver. Tessaro, V. Exª uma vez tentou nos
ajudar, na Assembleia Legislativa, a contornar esse problema. Olha que isso já
faz quatro anos. A luta vem de longo tempo.
Eu quero acentuar aqui, com todas as letras: no Rio
Grande do Sul, Ver. Adeli, nós vivemos um extremo paradoxo, é o único lugar do
Brasil em que a loteria do Estado fechou, porque não dava resultado. Isso é o
máximo da incompetência! A loteria do Estado, no Rio Grande do Sul, que foi o
pioneiro, ainda no período do José Antônio Flores da Cunha, fecha nesse
farisaísmo da moralidade que se tenta fazer. Andaram brigando aqui expressões
políticas fortes do cenário brasileiro, e fecharam a loteria do Estado do Rio
Grande do Sul. E aí, meu filho, os prejuízos vão-se acumulando.
Por isso eu quero dizer, com toda a honestidade,
que eu espero que, nos próximos dias, se inicie a recuperação do tempo perdido,
porque, se é verdade que essas casas, cerca de 1.500 casas, 250 mil postos de
trabalho neste País, estão há mais de 10 anos fechados, e se eles movimentam 27
bilhões de reais por ano, em 10 anos serão 270 bilhões de reais, que,
obviamente, representariam, nessa proporção aqui admitida, alguma coisa como 70
ou 80 bilhões de reais que seriam canalizados para finalidades assinaladas
anteriormente.
Por isso, meu caro Presidente, eu faço este
pronunciamento de forma muito aberta; digo que sempre fui a favor da
legalização dos bingos. O meu único temor era de que a legalização pudesse
gerar a estatização ou a inviabilidade se, em determinada circunstância, o
furor tributário também fosse incidir nessa modalidade.
Nos concursos públicos montados pela Caixa
Econômica Federal, mais da metade do valor das apostas fica com o Governo -
mais da metade -, inclusive os gaúchos não podem mais jogar na loteria do
Estado, porque essa, a incompetência fechou.
Muito obrigado, Sr. Presidente. Deixo esse registro
inclusive em homenagem a vários lutadores nesta Casa, como os Vereadores
Haroldo de Souza, Braz e V. Exª, que, inclusive, em outro segmento, há mais
tempo tem bradado contra essa ineficácia e, sobretudo, contra essa incúria,
esse prejuízo incalculável que a sociedade brasileira está tendo com esse falso
moralismo que pretende, fechando os bingos, combater outros tipos de situações
que nada têm a ver com isso que especialmente a terceira idade entende como
sendo uma forma correta, adequada e boa de distração nos seus finais de noite.
Era isso, Sr. Presidente. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em
Comunicações.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores,
Sras Vereadoras; lideranças aqui presentes; senhoras, senhores, o
Ver. João Antonio Dib recorre à tese defendida pelo Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein, de que a oposição não tem a preocupação com a
honestidade dos processos, que não tem a preocupação de esclarecer os fatos que
dizem respeito às políticas públicas municipais e que a oposição vem a esta
tribuna mentir, principalmente sobre o escândalo da Saúde pública de Porto
Alegre, a condução da política dos PSFs e a responsabilidade ou
irresponsabilidade com que o Prefeito José Alberto Fogaça tratou e vem tratando
esse tema.
Meu prezado colega
Ver. Valter, queremos fazer com V. Exª e com os Vereadores da base do Governo
um debate forte, sim - é o que estamos fazendo -, mas honesto, com pontos de
vista diferentes, contraditórios, que merecem, no mínimo, um respeito e uma
resposta à altura que esse tema merece.
A nossa Bancada,
junto às Bancadas de oposição, fez e vem fazendo um movimento para que a
população de Porto Alegre venha a ficar sabendo para onde foram os 9,6 milhões
de reais desviados do cofre público municipal, dinheiro esse repassado pelo
Governo Federal, por intermédio do Ministério da Saúde, destinado aos Postos de
Saúde da Família. Aí nós vamos entrar na versão da legalidade dos fatos. O
importante é que nós valorizemos, reconheçamos e apostemos nas instituições
públicas que compõem a República, “cada um no seu quadrado”.
O Ministério Público
Estadual fez um conjunto de recomendações ao Exmo Sr. Prefeito
Municipal, e esses documentos estão todos aqui na peça que nós construímos e
encaminhamos a essas instituições para que abram outra investigação, além das que já existem, Verª Maria Celeste. Por quê? Porque o
Ministério Público Federal já abriu uma ação de investigação e, por força dessa
ação, pediu à Polícia Federal que fizesse uma investigação. E a Polícia
Federal, no seu papel republicano, investigou e detectou, em primeira
instância, o desvio de 9,6 milhões de reais.
No dia 23 de outubro
de 2007, o Ministério Público recomendou ao Sr. Prefeito Municipal que deixasse
de pagar antecipadamente o Instituto Sollus e que tomasse um conjunto de
providências, entre elas que não mantivesse o contrato com esse Instituto,
porque esse não tinha condições de solidez, não tinha condições de dar
garantias ao contrato. Se ele não encaminhasse essas recomendações, tudo
transcorreria por conta da responsabilidade dos fatos.
A Bancada de oposição
preparou uma peça, protocolou-a no Ministério Público Federal, na quinta-feira
passada, protocolou-a no Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul,
entregou cópias à Polícia Federal, ao Conselho Municipal da Saúde, e também as
levará à OAB e a outras instituições. Recebemos ontem resposta já, do
Ministério Público Estadual, no sentido de que, com a nossa peça solicitando
abertura de processo por improbidade administrativa, abriu processo e encaminhou
a questão à Procuradoria dos Prefeitos e Promotoria de Justiça de Defesa do
Patrimônio Público. Da mesma forma, o procedimento está sendo adotado pelo
Ministério Público Federal. Portanto, quero registrar aqui que esse é o nosso
procedimento e iremos disputar essa compreensão, essa versão e a apuração dos
fatos até o último minuto, porque o dinheiro tem que voltar aos cofres
públicos, pois ele faz falta na Saúde pública. E há um responsável para isso: o
Gestor público municipal, José Alberto Fogaça, que agora anuncia que vai
renunciar. Portanto, quem vai embora tem que saber onde estão os 9,6 milhões de reais da Saúde de Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Valter
Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.
O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr.
Presidente, Ver. Nelcir Tessaro, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria, em primeiro lugar, de propor um pacto, não um
pacto de silêncio, obviamente não estamos aqui para isso, mas um pacto pela
Cidade.
Eu estou aprisionado
- confesso a V. Exas - nessa teia que a oposição criou aqui, porque
gostaria eu - e falo olhando para o cidadão de Porto Alegre - de tratar de
outros assuntos.
Eu sei que, em muitos
lugares, o calçamento não está bem, e, como Vereador, eu cobro; eu sei que em
muitos lugares as praças não estão boas, e, como Vereador, eu cobro; eu sei que
a Cidade precisa gerar empregos para mais de cem mil jovens por ano que
ingressam no mercado de trabalho, e, como Vereador eu cobro. E eu gostaria que
a nossa ação, aqui, fosse propositiva, que nós caminhássemos nesse sentido. Mas
eu confesso que estou aprisionado, Ver. Luiz Braz, nessa teia insistente que a
oposição insiste em tecer todos os dias. E a minha função, infelizmente, é essa
- “ossos do ofício” -, e eu preciso responder. Então, todos os dias... e sou
cobrado até pelos Vereadores da minha base: “Ah, vamos tratar de coisas boas da
Cidade, vamos tratar disso, vamos tratar daquilo...” - e eu não consigo!
Eu sei que os
Vereadores do PT, os Vereadores do PSOL têm qualidades para tratar de coisas
boas da Cidade! Eu quero dizer, com toda a humildade, que eu acredito que
também eu tenha condições, qualidade, experiência, vivência, trânsito! Caminhei
por aí, andei em alguns países para poder trazer experiências de fora para cá e
não consigo, porque nós estamos sendo reféns, com o devido respeito, Ver.
Comassetto, da mediocridade. E eu quero propor um pacto contra a mediocridade.
Vamos tentar
estabelecer um pacto aqui, porque se é essa uma história de acusação - vamos
acusar, um acusa de lá, outro acusa de cá -, eu tenho a acusação do Bancoop,
tenho a acusação da CGTEE, eu tenho a acusação do Campani, tenho todas essas
acusações. Quem é que não tem as suas mazelas?
Agora, nós precisamos
estar atentos à verdade e à legalidade. Como diz o Ver. Comassetto: “O Ministério Público
tomou providência”. Talvez ele não saiba, é obrigação do agente do Ministério
Público, quando recebe uma informação de quem quer que seja, determinar que
seja apurada; isso não é novidade nenhuma, nem constitui nenhum juízo de valor.
Pelo amor de Deus, em que mundo nós estamos? O Promotor de Justiça, quando
recebe qualquer informação da prática se suposto ato ilícito, tem que, por
dever de ofício, determinar que seja feita apuração, senão está incorrendo em
prevaricação. Talvez ele não saiba ou quer maquiar o fato ou dar outra versão
para que as pessoas pesem: “O Ministério Público acha que é grave! O Prefeito
está envolvido, tem que apurar!” Eu repito, acabei de entregar à Verª Celeste,
expliquei reiteradas vezes, foi a Prefeitura Municipal que foi vítima do
Instituto Sollus. Foi a Prefeitura Municipal que, em auditoria, identificou o
desvio não dos nove milhões que ele aponta, mas de cinco milhões e tanto. E na
promoção que o Ver. Comassetto insiste e mostra aqui, ele mostra só meio
processo. Eu quero mostrar à câmara, está aqui de novo, mostrei na
segunda-feira, e volto a dizer: eu fico refém disso, não gostaria. Queria que
nós fôssemos além, está aqui. (Mostra documento.) Lê: “Aos Ilustríssimos
Senhores Doutores Promotores de Justiça da Promotoria de Justiça de Defesa do
Patrimônio Público do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Ref.:
Recomendação nº 10/2007...” A mesma que o Ver. Comassetto fala, Recomendação nº
10/07; documento de uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito laudas, de
15 de dezembro de 2007, assinado pelo Dr. Eliseu Santos - que Deus o tenha -,
respondendo a isso. Mas não importa, quanto mais eu digo, mais ele não quer
ouvir. Mas o homem está surdo! O que eu posso fazer? Confesso que já estou
exaurindo os meus poderes, a minha capacidade - às vezes, inclusive, eu perco a
paciência -, tenho que fazer um exercício, mas é um exercício de Sísifo - não é
palavrão isso, Vereador. Existe um personagem da mitologia grega, que respondia
uma maldição: todos os dias ele rolava uma pedra para cima de uma montanha.
Como o pecado dele era muito grande, todos os dias a pedra rolava montanha
abaixo, e ele, no dia seguinte, tinha que rolar montanha acima de novo. Talvez
eu tenha muitos pecados, talvez o meu maior pecado seja dar combate à oposição.
Mas se Sísifo tinha a sua pena, quem sabe eu não tenha a minha também? E vou
continuar fazendo, porque tenho a certeza e a convicção de que do meu lado
estão as provas e a verdade. O Prefeito e a Prefeitura não tem nada a omitir,
Ver. Nedel, nada a esconder: foi a Prefeitura que determinou a apuração dos
fatos; foi a Prefeitura que mandou o Tribunal de Contas pedir inspeção
extraordinária; foi a Prefeitura que mandou ao Ministério Público; foi a
Prefeitura que inscreveu em dívida ativa e está cobrando. Inscrever em dívida
ativa é, por exemplo: o Luiz Braz me deve cinco milhões, e eu inscrevo em
dívida ativa para que possa cobrar dele. Então, foi a Prefeitura que fez tudo
isso. Eu não consigo entender, tenho grandes dificuldades e tenho de fazer um
esforço de inteligência, de compreensão e, muitas vezes, de paciência. O Ver.
Nespolo, que está nos brindando com a sua presença nesses dias, há pouco me
disse: “Calma, Ver. Valter”. Eu, graças a Deus, respondo de forma forte; Deus
me deu, felizmente, a capacidade da indignação, mas sou uma pessoa calma, sou
um homem de boa paz; respondo, porque tenho a indignação cívica, Vereador, e
acho que isso é bom, pois todos nós temos. Então, não se preocupe, eu estou
bastante sereno, bastante calmo, mas é a minha tarefa, é o meu dever; eu
preciso trazer a verdade e preciso responder.
Concluo, Sr. Presidente, só para dizer que,
infelizmente, quando assumimos a Prefeitura, há cinco anos, o Município de
Porto Alegre tinha todos os créditos internacionais suspensos, porque estava
deficitário, devendo. A partir daí, levamos dois anos para pôr a casa em ordem.
Quem deixou a casa assim foi a Administração anterior, a sua inépcia e a sua
incapacidade ao longo dos dezesseis anos. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR.
ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; colegas
Vereadores e Vereadoras, a oposição e os Partidos que aqui a compõe têm ajudado
não só a dar quórum diariamente nesta Casa, para que possamos votar a maioria
dos projetos que o Executivo encaminha a esta Casa, como também tem ajudado em
todos os grandes projetos que estão sendo executados, neste momento, na cidade
de Porto Alegre ou que já deveriam ter sido executados como, por exemplo, o
Pisa, que tem problemas. Esse Programa também está em investigação pelo Ministério
Público e pela Polícia Federal. São 585 milhões, pensado, na sua inteligência,
pela Administração Popular, e a oposição votou para garantir o quórum e sua
aprovação - 585 milhões de reais. Todos os projetos de reestruturação e para
poder não deixar desempregados os 781 funcionários do PSF foi a oposição que
puxou a frente com os movimentos populares, propôs, apresentou, votou
favoravelmente e ajudou a aprovar. Também o Programa Minha Casa, Minha Vida a
oposição - dinheiro do Governo Federal - discutiu e votou favoravelmente.
Portanto, Ver. Valter, além desse papel que a
oposição faz, nós temos a responsabilidade - o que não é a responsabilidade
primeira da base do Governo, mas, sim, defender o Governo - de buscar a clareza
dos fatos e cobrar que as verbas públicas sejam bem gestadas e bem aplicadas.
Nesse caso da Saúde, nós já aprovamos aqui dezenas de projetos e emendas ao
Orçamento, e vou lembrar alguns, de autoria deste Vereador: para fazer o PSF do
Chapéu do Sol, desde 2005 e até hoje não foi feito; para fazer o PSF do Núcleo
Esperança na Restinga, desde 2005 e nunca foi feito; a Emenda, que foi
aprovada, colocou dinheiro no Orçamento para a iniciar a discussão e elaboração
do projeto do Pronto Socorro da Zona Sul no Hospital Parque Belém, que nunca
foi feito. Tudo isso foi um trabalho que a oposição ajudou a construir, e que o
Executivo devia fazer, mas não fez.
Portanto, o que está em discussão aqui não é o
trâmite de papéis que houve e que continua havendo nesse processo, mas o que
continha nesses papéis, qual era e qual é o seu conteúdo. E, nessa Recomendação
nº 10, do Ministério Público, do mês de outubro de 2007, que foi respondida,
sim, em dezembro de 2007 - e é mais grave ainda essa situação, porque ela foi
respondida -, porque ali o Ministério Público recomendava um conjunto de
providências que o Prefeito Fogaça deveria ter tomado. O Secretário de então
respondeu que estava tomando providências, mas essas situações de gravidade do
desvio e má utilização da política pública continuaram, e, em momento nenhum, a
Prefeitura rompeu o contrato com o Instituto Sollus - isso tem que ser dito
aqui, Ver. Valter. O Instituto Sollus apresentou, aqui nesta Casa, inclusive,
atestado de bons trabalhos fornecido pela Prefeitura Municipal sobre o Programa
de Saúde da Família. Os panfletos de campanha do Prefeito Fogaça informam que o
seu Governo criaria 250 equipes de PSF, e continuam as mesmas 90 de 2004, e,
com o dinheiro que foi desviado, os 9,5 milhões de reais, já poderiam ter sido
criadas 20 equipes de PSF, prezado Ver. Dr. Thiago, que é médico. É isso o que
nós estamos discutindo, é isso o que nós estamos debatendo e é isso o que nós
estamos dizendo, porque essas recomendações foram enviadas ao Prefeito;
portanto, ele sabia. Ele deixou transcorrer e continuou havendo os desvios que
resultaram, em primeira instância, Sr. Presidente, nessa identificação de 9,5
milhões de reais, porque os processos não terminaram ainda.
Nós podemos, sim, fazer um acordo aqui, Ver.
Valter, para sairmos dessa teia, libertar os besouros que estão presos nessa
teia dos problemas da Saúde de Porto Alegre, trazendo para o papel
constitucional desta Casa a sugestão de fazermos, em conjunto, o aprofundamento
dessas investigações que faltam. E o instrumento para isso, o senhor sabe, é
uma Comissão Parlamentar de Inquérito, em que a situação terá maioria, em que a
situação terá Relatoria. Agora, nós queremos trazer esses documentos à luz da
cidade de Porto Alegre.
De nossa parte, de oposição, está aceito o pacto,
está apresentada a fórmula. Façamos a investigação na Câmara de Vereadores, que
a sua proposta já está cem por cento aceita - falo aqui me nome dos Partidos de
oposição. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra em
Comunicações.
O SR. DR.
THIAGO DUARTE: Ilustre Presidente, Ver. João Carlos Nedel;
ilustres colegas, primeiramente, acho que eu deveria cumprimentar o Ver.
Oliboni pela condução dos trabalhos neste ano, Ver. Aldacir
José Oliboni; acho que a sua condução à frente dos trabalhos tem sido muito
importante para, realmente, a gente aprofundar a discussão dos problemas de
Saúde de Porto Alegre e, efetivamente, poder contribuir na resolução deles.
E a primeira
referência que eu queria fazer, das três, é a preocupação que temos com o
Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas; hospital em que eu fiz minha
formação médica e que por lá fiquei durante três anos como residente, de 1998 a
2000, e acabei ingressando no serviço público em Porto Alegre, fui trabalhar na
Restinga, Extremo Sul. E, de um ano para cá, retornei ao Hospital, não deixando
a Restinga/Extremo Sul, mas também contribuindo com o Centro de Planejamento
Familiar criado pelo Ver. Dr. Raul. E qual é essa preocupação? A preocupação é
eminentemente com os servidores. O Hospital tem um grande número de servidores
federais que têm se aposentado, tem um grande número de funcionários da Fugast,
que, infelizmente, tem um sério problema jurídico que tentam resolver. E agora
as condições de trabalho são difíceis, é um hospital que tem avançado muito
nesses últimos anos, mas apresenta difíceis condições de trabalho ainda, e
agora temos lá a questão de dedo-ponto dos servidores. Eu acho que, e volto a
dizer aqui, os servidores da Saúde não são o problema da Saúde pública
municipal, eles são o início da solução. E, nesse momento de tensionamento,
acenar com essa situação não é o ideal, acirra os ânimos. E exatamente com esse
propósito, eu e a Verª Fernanda Melchionna estivemos lá na assembleia geral dos
trabalhadores - eu sou testemunha -, trouxemos para a Comissão de Saúde,
presidida pelo Ver. Aldacir José Oliboni, a proposta de uma inter-relação
dessas situações. E, ao final da reunião, quero destacar, aqui da tribuna, que
fiz um apelo ao diretor do Hospital, para que suspenda temporariamente o
cadastramento dos servidores para evitar que esses ânimos se acirrem. Então a
Comissão encaminhou um ofício ao Prefeito, ao Secretário e ao próprio
Presidente do Hospital, nesse sentido, e o
Ver. Oliboni e a sua assessoria me informaram que, na outra semana, faremos a
visita ao Hospital - a Comissão de Saúde fará a visita ao Hospital.
A segunda coisa que
eu queria levantar aqui e que me deixa muito preocupado também é a questão
vinculada ao PACS: a modificação do regime de trabalho dos motoristas
servidores do PACS. Esse sistema de trabalho foi normatizado por uma lei de
1995, do então Prefeito Raul Pont e, na nossa ótica, muito equivocada.
Infelizmente, a lei não foi levada a cabo até o momento e agora está sendo
levada adiante. Essa lei coloca que os servidores que trabalham no SAMU
deveriam fazer um regime de trabalho de 12x36 horas e não regula o tempo máximo
de trabalho. Nas duas ambulâncias que capotaram há dois, três meses, assim como
na outra que capotou há alguns anos antes, os servidores estavam em atividade
há mais de 12 horas. Então, é importante que também não mudemos, de forma
açodada, o regime de trabalho dos servidores, evitando, assim, que tenhamos
problemas no futuro. E a COSMAM também vai fazer uma audiência, uma reunião
pública, lá no PACS, na próxima quinta-feira. Agradeço a atenção e saúde para
todos.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª
Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente
Ver. João Carlos Nedel; Sras Vereadoras e
Srs. Vereadores; público que nos assiste, eu queria trazer um tema bastante
importante em Porto Alegre e também no Brasil, que é o problema dos concursos
públicos. Nós sabemos que num país que tem uma taxa de 10% de desemprego, de
pessoas que não têm possibilidade de renda, e mesmo com altas taxas de
rotatividade empregatícia, os concursos são uma possibilidade, e milhares e
milhões de brasileiros se debruçam para estudar, para acompanhar os editais,
para fazer as provas, sonhando com o chamamento nesse concurso.
Outra realidade
lamentável é que o concurso também virou, em muitos casos, fábrica de fazer
dinheiro. A pessoa vai lá, se inscreve, paga, faz o concurso, é aprovada, vence
o prazo de duração do concurso, e aquele trabalhador ou trabalhadora, não é
chamado. São dezenas de casos, além dos casos de corrupção entre determinadas
fundações e beneficiamento de provas, inclusive houve cancelamento de provas em
alguns Municípios, no interior do nosso Estado. Mas o caso do não chamamento
daqueles homologados é uma realidade concreta, inclusive em Porto Alegre.
Em janeiro de 2009,
foi realizado um concurso que há mais de 15 anos não era feito na nossa
Capital, concurso para Bibliotecário e para Agente de Fiscalização também, em
que a Comissão de Direitos Humanos interveio. Nós temos 95 escolas, Verª Maria
Celeste, na Rede Municipal, a senhora sabe quantos bibliotecários trabalham nas
escolas? Dois! Dois, em 95 escolas! Foi feito concurso para 39 vagas, e nenhuma
pessoa ainda foi chamada. Nós começamos um movimento, fomos na Secretaria
Municipal de Administração, eu e o Ver. Toni Proença, fizemos reunião com os
concursados, fomos ao Sindicato dos Municipários, fizemos Pedido de Informações,
sensibilizando no sentido de que, se é necessário melhorar os índices de
leitura do nosso Município, se é fundamental que o serviço público seja um
serviço público de qualidade para a nossa população, então é fundamental que
haja o chamamento nos concursos e que esses profissionais sejam valorizados.
Seguiremos nessa
luta, porque, mesmo com todos esses movimentos, ainda não foram liberadas pelo
GPO as vagas pedidas, demandadas pela Secretaria, e nós achamos que esse não é
um cálculo contábil ou matemático, porque, no ano passado, a Prefeitura ficou
em caixa com 500 milhões, Ver. Dr. Thiago Duarte. Quinhentos milhões para fazer
superávit, para arranjar grandes empréstimos com os banqueiros mundiais,
enquanto está fazendo falta dinheiro na Saúde; enquanto está fazendo falta
dinheiro para o calçamento; enquanto está fazendo falta dinheiro para o
saneamento; enquanto está fazendo falta valorizar os municipários em Porto
Alegre. Aliás, a Prefeitura não só
não chama os concursados, como ainda dá conta de terceirizar vários órgãos
importantes da nossa Capital como o DMLU, como o DMAE, como forma de pagar
menos para os trabalhadores e também de fazer contratos que deveriam ser obra
de concurso público, com o chamamento dos profissionais.
Essa é uma pauta muito importante para nós, e eu
gostaria de trazê-la, porque hoje a Dep. Federal Luciana Genro entrou com uma
lei na Câmara Federal que deveria ser apoiada por todos nós, Vereadores e
Vereadoras desta e das outras Câmaras Legislativas do Brasil, no sentido de
obrigar, quando houver um concurso público, que sejam preenchidas todas as
vagas que foram divulgadas no edital, até o término do concurso. Se forem
ofertadas dez vagas, o Município, o Estado, o Governo Federal são obrigados a
chamar os dez aprovados para preencher as vagas ofertadas, por respeito aos
concursados, por respeito àqueles que estudam, por respeito ao serviço público,
no mínimo, como forma de garantir, Verª Maria Celeste, transparência, e que os
concursos não virem indústria de dinheiro e de enganação para aqueles que
estudam, que dedicam horas, meses, anos de estudo para tentar passar num
concurso público e, lamentavelmente, são ludibriados pelos governantes. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Verª Maria Celeste está com a palavra em
Comunicações.
A SRA. MARIA
CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; senhoras e
senhores, penso que o debate desta tarde está sendo bastante profícuo porque
trata, exatamente, do debate sobre a cidade de Porto Alegre.
As manifestações que me antecederam deram conta das
grandes dificuldades do serviço público da Cidade, do Gestor público da cidade
de Porto Alegre, da Prefeitura Municipal, especialmente sobre dois temas que
são candentes para a nossa população.
O primeiro deles é a questão da Segurança pública,
e o segundo, a questão da Saúde, um debate que temos feito com profundidade
maior nesse último período. E quero dizer, Ver. Nilo Santos que, quando V. Exª
fala da dívida da CEEE que o Prefeito Fogaça herdou, na realidade, havia uma
dívida da CEEE de 40 milhões de reais, e não de 50, como V. Exª coloca, e que a
Prefeitura renegociou com a CEEE, com o Governo do Estado. Ela foi saldada e
foi, de certa forma, talvez não na totalidade, não tenho esses dados neste
momento, mas ela foi saldada a partir do contribuinte da cidade de Porto
Alegre, porque, no primeiro ano da Administração Fogaça, foi aprovada a famosa
taxa de iluminação pública, e cada cidadão aqui de Porto Alegre tem, na sua
conta de luz, um anexo, um valor a mais sobre a conta de luz, que todos nós
pagamos. Portanto, isso facilitou, gerando um caixa para Porto Alegre na
negociação com a CEEE. Então, alto lá quando se falam as coisas de uma forma
aleatória, como são jogadas aqui nesta tribuna.
E também há uma preocupação muito grande, porque a
iluminação pública está vinculada, sim, à Segurança pública. Quando temos ruas
mal iluminadas ou sem uma iluminação correta, propiciamos - a Prefeitura
propicia, sim - condições para o agente do roubo, do assalto e, às vezes, do
próprio assassinato - tantas pessoas são mortas aqui na Cidade -, porque
contribui o fator de não haver iluminação pública adequada. E faço aqui um
registro: na Praça da Alfândega, no centro de Porto Alegre, com os tapumes que
foram colocados no entorno, há um grau de dificuldade enorme para as pessoas
passarem à noite. Eu mesma estive ali numa atividade, às 19 horas, e vi o
quanto as pessoas ficam na escuridão num pequeno trecho no Centro da Cidade
para transitar, o que nos leva a pensar, obviamente, que há os espertos que vão
estar por ali promovendo e usufruindo o roubo, uma vez que aquela parte da
Cidade, o centro da Cidade, o coração da Cidade está completamente abandonado.
Essa questão da iluminação pública tem a ver também
com a questão da segurança inclusive pessoal. Há necessidade de uma iluminação
melhor e há necessidade de manutenção dos postes da Cidade. Já tivemos, na
cidade de Porto Alegre, infelizmente, a morte de uma criança numa praça, lá na
Vila Elizabeth, porque não houve a manutenção adequada daquele poste, daquele
equipamento lá. Então, vamos colocar os pontos nos devidos lugares aqui, para
que não se passe a ideia de que o Secretário da SMOV ou a SMOV faz a melhor
gestão na Cidade, coisa que não é. Precisamos trabalhar melhor essas questões.
No meu período de Comunicação, o segundo ponto que
eu queria abordar é o tema da Saúde. Esta Casa tem sido protagonista de várias
questões em relação a achar a solução para os projetos, especialmente para os
projetos dos PSFs da nossa Cidade. Nós contribuímos, a oposição tem um papel
aqui propositivo, não é verdade que queremos apenas denunciar as questões sem
ter embasamento. Não é verdade que a oposição não cumpre o seu papel
fiscalizador, mas também tem sido propositiva, porque, muitas vezes,
contribuímos para a melhoria dos projetos de ação e de iniciativa do Executivo;
são emendas da oposição que contribuem para isso no Orçamento da Cidade, enfim,
de diversas formas. Agora, não podemos nos omitir do papel fiscalizador que o Vereador
e a Vereadora têm em relação à cidade de Porto Alegre. Não podemos nos calar
diante do desvio de 10 milhões de reais da Saúde na cidade de Porto Alegre e
achar que o Prefeito tomou as providências que deveria tomar. O Prefeito Fogaça
não tomou providências! Houve a Recomendação nº 10, que, hoje, recebemos do
Líder do Governo, porque eu solicitei, a partir da sua intervenção na tribuna,
na segunda-feira, que me disponibilizasse cópia dessa Recomendação que diz o
Líder do Governo ter sido respondida, porque não tínhamos conhecimento. Não só
a oposição não tinha conhecimento da resposta - pasmem, senhoras e senhores -,
como também o próprio Promotor que esteve aqui, na reunião especial que o Ver.
Oliboni convocou, da sua Comissão, no dia 4 de fevereiro. Foi uma reunião
extraordinária diante do gravíssimo fato, em que veio o Promotor e disse não
ter conhecimento da Recomendação nº 10 e também não tinha conhecimento, à
época, da resposta da Prefeitura Municipal. Nós, inclusive, solicitamos ao
Promotor e ao Ministério Público que nos trouxesse a resposta da Prefeitura
sobre essas questões. Hoje, o Líder do Governo nos passa às mãos o documento,
nós vamos analisá-lo, mas, pela rápida olhada que eu dei, o Secretário apenas
anunciava ali que tomaria as providências necessárias, coisa que certamente não
fez, porque 10 milhões de reais dos recursos da Saúde foram desviados para quem
não se sabe. É o que nós queremos saber: Prefeito, cadê os 10 milhões da Saúde
da Cidade de Porto Alegre? Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra
para uma Comunicação de Líder, pela oposição.
O SR. ALDACIR
JOSÉ OLIBONI: Sr. Presidente Ver. João Carlos Nedel; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras; público que nos acompanha pelo canal 16, realmente nós temos muito
o que fazer na cidade de Porto Alegre, e um dos temas que mais nos instigam e
provocam é com relação à área da Saúde.
A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara
Municipal de Porto Alegre tem um grande papel, neste momento, de poder
contribuir, mas, também, muitas vezes, de chamar o Executivo para dialogar
sobre a política de Saúde que ele quer para Porto Alegre.
Nós sabemos que muitos são os cidadãos oriundos do
Interior que buscam atendimento na cidade de Porto Alegre por ser um
atendimento de referência, mas sabemos também que o Estado não dá
contrapartida, e que o Município não está suportando o atendimento nem mesmo da
maioria dos cidadãos da nossa Cidade. É por isso que, ao andarmos pelas
diversas regiões da Cidade, vamos ouvir inúmeras reclamações. Se observarmos,
na Região Leste temos enorme dificuldade de acessar o atendimento, porque o
Governo Municipal ainda não conseguiu fazer o acordo da municipalização com o
Estado, e algumas unidades ainda se encontram fechadas. Se nós falarmos sobre
as UPAs - Unidades de Pronto Atendimento 24 horas -, o Governo Federal liberou,
no ano passado, mais de 20 UPAs para o Estado do Rio Grande do Sul, e Porto
Alegre foi contemplada com duas. O Governo Municipal ainda não as implementou e
não diz como vai implementar as UPAs lá de 2009. No ano de 2010, o Município
foi contemplado com mais duas, e o Governo Municipal, acanhadamente, não sabe
como vai ampliar, processar e, até mesmo, qual a região onde serão instaladas
essas UPAs. Portanto, podemos dizer com segurança, com certeza, que o Governo
Municipal tem uma enorme dificuldade de gestão. Por incrível que pareça, este
momento é muito mais difícil ainda, até porque, num processo de transição,
quando sai o Prefeito, quando entra o Vice-Prefeito para comandar a Cidade, não
se sabe ainda quem comandará a área da Saúde. E aqui eu pediria, faria um apelo
ao nobre Vice-Prefeito José Fortunati, futuro Prefeito de Porto Alegre, que
tenha um cuidado especial com a área da Saúde. Nós não podemos ter alguém que
não entende de saúde para ser o futuro Secretário da Saúde. Nós não podemos ter
alguém que não tenha relação com a Câmara de Vereadores, pois nós, da Comissão
de Saúde, podemos intermediar soluções, Ver. Dr. Thiago. Nós temos que ter
consciência de que este Parlamento, Verª Fernanda, é o local de fazer oposição,
sim, de contribuir, sim, mas tem que ser respeitado pelo Poder Executivo. Nos
últimos anos, nós não fomos respeitados, até porque, se avaliarmos os inúmeros
projetos que aqui votamos, podemos ver que colaboramos com o Governo ao votar
projetos significativos como foi o da regulamentação do Programa de Saúde da
Família, que foi votado lá no final do ano. O Governo, diga-se de passagem, no
final do ano, terá seis meses para implementar esse novo Programa, que é a
criação de um novo departamento dentro da Secretaria Municipal de Saúde, mas
ainda não disse como vai fazê-lo.
Portanto, o novo Secretário da Saúde tem que ser
uma pessoa não só que entenda, mas que tenha trânsito entre os profissionais da
área da Saúde, que tenha um certo respeito com o Conselho Municipal de Saúde,
mas que, acima de tudo, respeite esta Casa, se faça presente nela e diga que,
com ela, com a Câmara de Vereadores, quer dar um novo rumo para a área da
Saúde, inclusive saindo do Cadin, porque a relação com o Conselho Municipal de
Saúde lhe permitirá sair do Cadin e receber definitivamente os recursos
federais, estaduais que os Governos querem implementar, mas que, por esta
incompetência, de não fazer a prestação de contas trimestral, seja lá no
Conselho, seja aqui na Casa, o Governo está com uma enorme dificuldade de
implementar uma política de Saúde em Porto Alegre.
Então, deixo aqui o meu apelo como Presidente da
Comissão de Saúde - e tenho certeza de que é o apelo de todos os Vereadores -
para que o Governo tenha um nome capaz de construir essa relação e de respeitar
o Parlamento. Nesse sentido, tenho certeza de que nós, Ver. Toni, Ver.
Pancinha, estaremos contribuindo com o Governo através da Comissão,
intermediando e buscando soluções para o bem da nossa Cidade e para um
atendimento adequado à população, que há muito tempo espera.
Em nome da oposição, em nome da Verª Fernanda, em
nome do PT, em nome do PSB, fazemos este apelo para que o novo Secretário
Municipal da Saúde tenha uma relação cordial, mas, acima de tudo, de respeito
aos mandatos, porque eles falam em nome da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O
SR. REGINALDO PUJOL (Requerimento): Sr. Presidente, que obviamente conduz os trabalhos
com a eficiência que lhe caracteriza, solicito um minuto de silêncio pelo
falecimento do Sr. Cláudio Monticeli da Silveira, ocorrido no dia 15 de março
do corrente ano, na última segunda-feira. O seu irmão é o professor Jaime, do
Senai da Restinga, figura muito querida de todos nós.
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Deferimos o pedido.
(Faz-se um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Passamos ao
O Ver. Luciano Marcantônio está
com a palavra em Grande Expediente.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Obrigado, Ver. João Carlos Nedel, na presidência dos trabalhos. Colegas
Vereadores, demais cidadãos presentes aqui na Câmara de Vereadores, eu vou
utilizar a oportunidade do Grande Expediente para focar um assunto que venho
debatendo com muita força desde que assumi o mandato de Vereador. Acredito ser
uma das mais importantes bandeiras que tenho o compromisso de defender, pela
história que tive, que tenho na minha trajetória política e, também, pela necessidade
desse segmento, que é o da inclusão social das pessoas com deficiência.
Eu tenho, no período em que atuo como Vereador,
visitado todos os órgãos da esfera pública, tanto do âmbito Municipal, quanto
Estadual e Federal, no sentido de colher subsídios para que cada vez eu tenha
mais consistência, conhecimento e objetividade na minha luta para transformar,
positivamente, a vida das pessoas com deficiência aqui de Porto Alegre. É
importante chamar a atenção da sociedade porto-alegrense, porque, hoje,
aproximadamente 15% da população - 200 mil pessoas - possui algum tipo de
deficiência, seja física, auditiva, visual ou intelectual.
Visitando a Secretaria Municipal de Acessibilidade,
o Sine de Porto Alegre, o Sine Estadual, a FADERS, que é a Fundação Estadual
responsável pelo atendimento ao deficiente e ao superdotado; e a
Superintendência Regional de Trabalho, fiquei alarmado com a falta de uma
política pública séria, responsável, competente, organizada, em todos esses
órgãos, e não pela preocupação dos gestores que lá estão, não pela sua falta de
dedicação, mas pela falta de cultura política, inclusive da nossa sociedade, em
se preocupar com uma organização de políticas públicas que realmente incluam a
pessoa com deficiência, e, principalmente, que não as mantenham presas a
programas assistenciais que, infelizmente, promovem o assistencialismo, como o
BPC - Benefício de Prestação Continuada -, que, infelizmente, não estimula o
trabalho nem a educação, simplesmente oferecendo um salário para a família de
baixa renda em que um dos seus integrantes tem alguma deficiência. Mas esse
programa, em nenhum momento, estimula a pessoa com deficiência - seja criança
ou adulto - a ir à escola, ou a buscar se qualificar e trabalhar.
Há o Projeto de Lei, de minha autoria, que já está
tramitando na Casa, que visa permitir o acesso dos deficientes visuais a
programas de informática e a um software,
que garante ao deficiente visual a utilização de serviços de informática de
acesso público, podendo, também, qualificar o deficiente ao mundo digital.
Tenho certeza que este Projeto será aprovado por esta Casa, porque não é
possível que nos telecentros das comunidades de baixa renda - que são
oferecidos pela Prefeitura - não tenha uma máquina de informática com esse software, sendo que a PROCEMPA, a
Fundação Bradesco, a Microsoft têm esse software.
E o deficiente visual, nos telecentros em Porto Alegre, que são serviços
públicos, para acesso público, não pode acessar, mesmo havendo uma grande
parcela da sociedade que está sendo excluída com essa política.
Hoje protocolei, aqui na Câmara de Vereadores, mais
cinco Projetos, visando à inclusão social das pessoas com deficiência. O mais
importante deles é aquele pelo qual vou batalhar com todo o meu esforço, que
visa elaborar, instituir um programa de inserção da pessoa com deficiência no
mercado de trabalho. Tenho certeza de que esse programa fará diferença para a
pessoa com deficiência, que hoje está excluída das políticas públicas de
qualificação, está excluída de um cadastramento visando ao emprego de
qualidade, está excluída do acompanhamento, por parte do Governo, da sua
situação dentro da empresa, dentro da cooperativa, dentro da entidade em que
esteja inserida, em algum programa de geração de renda. Este Programa dispõe
sobre a criação de programa público de acesso a emprego das PcDs, é PPAE-PcDs,
tendo como base site de banco de
dados para serem acessados pelas empresas em busca do cumprimento da Lei nº
8.213, de 24 de julho de 1991. Esse Programa vai trabalhar, por meio da nossa
Prefeitura, em conjunto com os outros órgãos públicos, sejam eles municipais,
estaduais ou federais, em parceria com entidades, cooperativas, Organizações
Não Governamentais; esse Programa vai permitir à Prefeitura ter uma política
pública objetiva no sentido de trabalhar a conscientização da sociedade, o
cadastramento, a qualificação, a preparação, a inserção e o acompanhamento da
pessoa com deficiência no mercado de trabalho, porque não é possível que,
desses 200 mil deficientes que existem em Porto Alegre, não exista uma parcela
mínima de 20% que poderia estar produzindo com seu próprio esforço, gerando sua
renda, elevando sua autoestima, elevando sua dignidade, garantindo um espaço de
respeito na sociedade. Mas, para isso, deve haver a presença do Estado; para
isso deve haver a política pública; para isso, nós Vereadores, temos que buscar
uma solução, porque hoje o que existe é pouco e não funciona.
Além disso, nós temos outros Projetos de Lei que eu
gostaria de citar, que foram protocolados no dia de hoje, que visam à inclusão
das pessoas com deficiência.
Um outro Projeto instituiu um Programa de
Qualificação de Linguagem de Libras aos funcionários da Saúde para auxiliar no
caso do atendimento aos portadores de deficiência auditiva. Esse programa foi
construído junto à opinião das pessoas que atuam na área da Medicina, porque
nós temos, infelizmente, muitas pessoas com deficiência auditiva, que têm
dificuldade de serem compreendidas na hora do atendimento. Isso prejudica, sem
dúvida nenhuma, um melhor atendimento do médico, que é uma pessoa preocupada,
sensível, mas que, às vezes, não tem a condição de se comunicar com o seu
paciente.
O Sr. Dr.
Thiago Duarte: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.)
Ver. Luciano Marcantônio, quero homenageá-lo e dizer-lhe que isso se constitui
num problema. Muitas vezes, principalmente na periferia da Cidade, a gente tem
contato com pessoas que, por um problema congênito ou por uma situação
adquirida, acabam ficando surdos, às vezes surdos-mudos. E realmente o paciente
tem dificuldade de expressar o seu sentimento, a sua dor, o seu problema, e o
médico e os outros profissionais da Saúde não estão capacitados para atender
adequadamente esse paciente. Então, o parabenizo e considero muito importante
esta sua iniciativa.
O SR. LUCIANO
MARCANTÔNIO: Muito obrigado pela sua sensibilidade, atenção e homenagem, Dr. Thiago.
Outro Projeto de Lei que eu protocolei hoje dispõe
sobre a instalação de aparelhos de telefones públicos para uso de deficientes
auditivos. Para vocês terem ideia do déficit desses aparelhos e do acesso do
deficiente auditivo aos telefones públicos, na minha Exposição de Motivos, eu
informo que o Brasil possui hoje aproximadamente um milhão, 317 mil e 12
telefones públicos e apenas 677 deles são adaptados para os deficientes
auditivos. É um descaso da política pública! Por isso vamos tentar resolver,
começando por Porto Alegre, que está ao nosso alcance.
Outro Projeto Lei expõe sobre a necessidade de
auxiliar, em caso de incêndio ou ativação do sistema sonoro de emergência
predial, as pessoas com deficiência, para que possam ficar cientes do fato
através do sistema giroflex com iluminação interna em amarelo. Este Projeto é
voltado para o segmento das pessoas com deficiência auditiva, que sofrem grande
risco de vida, mas também para o idoso, porque a única forma de ser anunciado o
alarme de incêndio é a forma sonora. Esse sistema de alarme, através de
giroflex, que permite, através da iluminação, chamar a atenção das pessoas, é
utilizado em várias capitais deste País, em todos os estabelecimentos de acesso
público livre. Vamos batalhar também por este Projeto.
E o último Projeto que trata da inclusão das
pessoas com deficiência dispõe sobre a necessidade de instalação, em
supermercados e hipermercados localizados no Município de Porto Alegre, de
caixas de pagamento com passagem especial para obesos, gestantes e pessoas com
deficiência física como cadeirantes. Teriam de alargar a passagem nos caixas
para que o cadeirante possa fazer suas compras e possa passar, como qualquer
cidadão, pelo corredor do caixa, o que hoje é impossível pela largura da
passagem nos caixas do supermercado.
O art. 1º, que estabelece a medida, diz que a
passagem teria uma medida não inferior a 1,20 m. Por que o cadeirante não pode
fazer suas compras e passar pelo caixa, tendo de passar por fora? Isso fere a
dignidade do ser humano.
É por isso que eu, com muita honra, como Vereador
desta Capital, tendo sido membro fundador do Conselho Estadual das Pessoas com
Deficiência, estou procurando, além de construir alternativas via Projeto de
Lei, ter uma presença fiscalizadora e ter, mais do que isso, um diálogo com
todos os órgãos públicos e segmentos da sociedade que também trabalham na luta
pela inclusão das pessoas com deficiência. Todos esses Projetos foram
elaborados em conjunto, com diálogo com esses órgãos e, principalmente, com a
FADERS, que é a Fundação de
Atendimento ao Deficiente e ao Superdotado do Estado do Rio Grande do Sul.
Quero concluir fazendo um agradecimento especial às
colegas da FADERS: à Iara Rolim, à Fátima e à Eloide, porque todas elas, com
muito carinho, com muita atenção, independentemente de questão partidária,
contribuíram na elaboração desses Projetos.
Muito obrigado, Presidente Nedel; muito obrigado,
meus colegas Vereadores. Um abraço para todos.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Luciano Marcantônio.
Apregoo Requerimento do Ver. Mauro Zacher,
solicitando autorização para representar esta Câmara em uma palestra sobre bullying, na cidade de Uruguaiana, no
dia 23 de março. Não haverá nenhuma despesa para esta Casa.
Apregoo Requerimento do Ver. Mauro Zacher,
solicitando autorização para representar esta Câmara em uma palestra sobre bullying, na cidade de São Francisco, no
dia 22 de março. Não haverá nenhuma despesa para esta Casa.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel, e Sr. Presidente Nelcir Tessaro,
quero cumprimentá-los por estarem ambos na Mesa Diretora dos trabalhos, e
também quero cumprimentar os Vereadores que aqui permaneceram até este momento
na Sessão de hoje: Ver. Paulinho, Proença, Pancinha e Marcello, e o Presidente,
meu querido amigo, João Carlos Nedel, e o Ver. Nelcir Tessaro, o qual eu já
havia citado.
Eu acho até, Ver. Toni Proença, que nós temos que
rever a forma como estamos fazendo esta Sessão de quinta-feira, porque o que
está acontecendo é que, chegando este momento de fim de tarde, no Grande
Expediente, quando nós poderíamos fazer grandes debates, eles não estão
acontecendo. Sempre é muito importante que nós estejamos abordando os temas que
temos que abordar, porque, afinal de contas, nós estamos aqui representando a
sociedade para falar em nome daquele segmento que nos trouxe para cá. Acho que
um dos assuntos mais importantes dos últimos tempos para todos nós, não apenas
aqui em Porto Alegre, como, praticamente, em todo Brasil, é o problema da
divisão dos royalties do chamado
Pré-Sal. O Deputado Ibsen Pinheiro, que já foi Vereador aqui nesta Casa,
apresentou uma Emenda que satisfez uma parcela da sociedade, mas que resultou indignando outros tantos, e,
se porventura a Emenda do Deputado Ibsen Pinheiro fosse aprovada no Senado,
acabaria prejudicando uma parte de Cidades e Estados.
Eu, lendo a matéria e tentando ver os fundamentos
daquilo que eram esses royalties do
Pré-Sal, fui pesquisar lá na Constituição, no seu art. 20, porque é esse artigo
que dá, praticamente, embasamento a toda essa discussão que está sendo feita. Vejo
que, no art. 20 da Constituição, fica estabelecido o que são bens da União, e,
dentre esses bens da União, temos os recursos minerais, inclusive os do
subsolo. E mais à frente, no § 1º desse mesmo artigo da Constituição Federal,
fica estabelecido que (Lê.): “É
assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para
fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.” Depois, a
Lei nº 7.990/89, que vem complementar essa Legislação (Lê.): “Institui, para os
Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de
geração de energia elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios,
plataformas continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, e dá
outras providências”. Hoje, meu querido amigo Mario Manfro, que está aqui nos
acompanhando nesse final de tarde, ouvi, em uma das emissoras da Cidade, uma
discussão na qual se dizia que a plataforma continental não pertence, na
verdade, àquele Estado. Ora, de acordo com a legislação, a plataforma está
ligada ao Estado. Então, lá no Estado do Rio de Janeiro, quando se explora, na
plataforma continental ligada ao seu Estado, aqueles poços, lá na camada do
Pré-Sal, com toda a certeza aquilo tem ligação com o Estado do Rio de Janeiro.
O mesmo acontece com o Espírito Santo e com outros Estados que acabam também
sendo prejudicados. Afinal de contas, o que quer o nosso amigo Ibsen Pinheiro é
alguma coisa que pode, realmente, para todos nós, gerar justiça, porque, afinal
de contas, o que quer o Ibsen é dividir esses royalties do Pré-Sal entre todos os Estados e todos os Municípios.
O que significa isso? Ora, de acordo com a legislação, 5% do valor daquilo que
é extraído fica com o Estado, no caso lá, o Rio de Janeiro, e também com os
Municípios. Há uma pequena porção que é dividida, e o Ibsen quer dividir a
totalidade. Eu acredito que, para se fazer justiça, nós não poderíamos fazer
uma legislação que mexesse, de uma forma repentina, na arrecadação desses
Estados e desses Municípios que hoje já têm esses recursos contados para fazer
suas obras e seus trabalhos - nós temos aqui, inclusive, no Rio Grande do Sul,
três Municípios que se beneficiam desses royalties
hoje: Imbé, Tramandaí e Osório. Ora, se passar a Emenda Ibsen no Senado
Federal, esses três Municípios ficarão sem recursos extremamente importantes
para sua sobrevivência. Estou dizendo três aqui do Rio Grande do Sul, mas cada
Estado tem seus Municípios que vão acabar perdendo recursos e ficando em
dificuldade de sobrevivência.
Esse problema não é pequeno, é um problema grande,
é tão grande que aqui, nós, da Câmara Municipal, há bem pouco tempo, criamos
uma Comissão e um grupo de trabalho para poder acompanhar tudo aquilo que
acontece em termos de votação do Pré-Sal. Portanto, acredito que o mais justo
para se resolver esse problema é respeitarmos aquilo que já está estabelecido.
Nós temos uma imensa riqueza no Pré-Sal, e como
está sendo criado, pelo menos está sendo propagandeado que essa imensa riqueza
seja discutida, e que daqui para a frente - não repartir aquilo que esses
Estados e esses Municípios já têm -, para poderem
garantir os seus Orçamentos -, aí, sim, se discuta a repartição, para que cada
um deles tenha mais recursos, e nós não tenhamos, vamos dizer assim, uma
plêiade de Municípios ou Estados prejudicados. Ver. Toni Proença, permito-lhe o
aparte, com muito prazer.
O Sr. Toni Proença: Ver. Luiz Braz, eu
quero cumprimentá-lo pela sensatez e pela lucidez da manifestação. Acho que é
isto mesmo que aconteceu: mexeu-se no que já existia em vez de se legislar
sobre essa nova oportunidade de desenvolvimento e riqueza, que é o Pré-Sal, e,
com isso, também, eu acredito que se empanou um pouco a grande discussão que
devemos travar no Congresso, que é o leilão do Pré-Sal, de que forma vamos
explorar essa riqueza que pertence ao Brasil. E essa discussão dos royalties terminou por tirar um pouco o
interesse que a população deve ter pelos leilões. Aí, sim, vamos estar
garantindo a soberania nacional. Parabéns pelo seu pronunciamento.
O SR. LUIZ BRAZ: Muito obrigado, Ver.
Toni Proença. Esta discussão faz com que nós tenhamos - até porque a Emenda é
do Ibsen - alguns inimigos. O Rio de Janeiro, ontem, se manifestou, e, através
de 80 mil pessoas reunidas no Centro do Rio de Janeiro, houve, na verdade, toda
uma manifestação do pensamento do carioca a respeito da Emenda do Ibsen. Aqui também, neste final de semana,
Ver. Nelcir Tessaro, no nosso litoral, vamos ter uma grande manifestação
daqueles Municípios que vão perder se, porventura, a Emenda Ibsen passar no
Senado Federal. Nós, aqui da Câmara de Vereadores, estamos acompanhando esse
processo, e temos uma Comissão criada para isso, e eu acredito que agora é a
hora, é a vez - e eu pediria, Vereador-Presidente - de V. Exª convocar essa
Comissão. Essa Comissão foi pedida pelo Ver. Airto Ferronato, foi votada aqui
nesta Casa, foi composta, mas, se ela não der opinião em momentos como este, não
há o porquê de ela ter sido criada. Então, nós todos aqui fizemos discussões,
criamos uma Comissão, só que a Comissão não exarou um só pensamento com relação
àquilo que está acontecendo, oriundo da Emenda Ibsen Pinheiro. Acho que tem que
haver sugestões por parte dessa Comissão; acho que nós, que representamos Porto
Alegre, temos que falar o que pensa Porto Alegre, através de seus
representantes, para que as pessoas, a sociedade, possam ter ciência, possam
saber que aqui aqueles atos que são feitos, votando comissões como essa, que
foi pedida pelo Ver. Airto Ferronato, não são atitudes vazias, que nós não
fazemos isso simplesmente por fazer, num arroubo, num momento em que parece que
o Vereador não tem nada que fazer e acaba pedindo uma determinada comissão.
Essa é a hora de a Comissão se reunir e falar daquilo que nós temos que falar,
a opinião de Porto Alegre, Ver. Toni Proença, a respeito desse assunto. Vão
falar depois que acontecer a votação no Senado Federal? Depois que acontecerem
as manifestações? Depois que o Brasil todo tiver se manifestado? É aí que nós
vamos reunir a Comissão para dizer que nós também pensamos da mesma forma? Não,
eu acho que nós temos que ser protagonistas, porque o desejo nosso, formando
aquela Comissão ou votando aquela Comissão pedida pelo Ver. Airto Ferronato, é
realmente o de sermos protagonistas do processo; somos nós, aqui em Porto
Alegre, falando também daquilo que pensa o cidadão em Porto Alegre. Então é
hora de os Vereadores que formam a Comissão conversar com os seus eleitores,
falar com os segmentos da Cidade, para que nós possamos, aqui, discutir de
acordo com aquilo que pensam os formadores de opinião em nossa Porto Alegre,
mas o que é correto, o que é verdade, o que nós temos posto na mesa é que, nos
próximos dias, os Senadores, com toda essa pressão que está acontecendo, vão
votar a Emenda do Ibsen Pinheiro. E, se nós pensarmos que a Emenda do Ibsen
deva ser apoiada, nós teremos que elaborar, Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, uma Moção de apoio ao Ibsen. Ou, se nós acharmos que a Emenda do Ibsen
deve ser rejeitada, porque ela prejudica, ela não é correta, ela não faz com
que haja igualdade, realmente, entre todos, ela prejudica Estados e Municípios,
eu acho que nós temos que tirar uma posição para mandar lá para o Ibsen, que é
amigo desta Casa, dizendo a ele o que pensa esta Casa. O que não é justo é que
esta Casa, que é realmente uma Casa referência para todo o Brasil, em termos de
legislativos municipais, se cale ou fique esperando, ou apenas olhando aquilo
que está acontecendo sem se manifestar corretamente, dando para o autor da
Emenda o pensamento de todos nós. Eu acho que essa é uma obrigação nossa,
agora, aqui, ainda mais que nós temos uma Comissão que foi feita exatamente
para acompanhar essa divisão dos royalties
do Pré-Sal. Vamos esperar o texto que vai sair, a lei que vai sair e que vai
modificar, com toda a certeza, aquilo que diz o art. 20 da Constituição, ou vai
ajudar a regulamentar melhor o art. 20 da Constituição, para que todos nós
possamos, Estados brasileiros e Municípios brasileiros, ser mais iguais,
ajudados pela legislação.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Está encerrado
o Grande Expediente.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 0698/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 026/10, de autoria do
Ver. Luiz Braz, que concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor
Flávio Koch.
PROC.
Nº 0726/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 007/10, de autoria do Ver. Paulinho Ruben
Berta, que concede o Diploma Honra ao Mérito à Sociedade Beneficente Cultural e
Recreativa Imperatriz Dona Leopoldina.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 3566/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/09, de autoria do
Ver. Aldacir José Oliboni, que institui o Programa de Prevenção e Combate às
Drogas, a ser implementado nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e de
Ensino Médio da Rede Municipal de Ensino, revoga a Lei nº 8.542, de 4 de julho
de 2000, e dá outras providências.
O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Toni
Proença está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver.
Nelcir Tessaro; Srs. Vereadores que ainda estão no Plenário; senhoras e
senhores, eu cumpro aqui uma determinação do Presidente Tessaro para discutir
esta Pauta de hoje, e escolho para discussão, nesta Pauta, um Projeto de
autoria do Ver. Aldacir Oliboni, o PLL nº 160/09, que institui o Programa de
Prevenção e Combate às Drogas, a ser implementado nos estabelecimentos de
Ensino Fundamental e de Ensino Médio da rede municipal de ensino, e dá outras
providências. Durante todo o ano de 2009 e nesse dois meses e 20 dias de 2010,
temos discutido, na Câmara de Vereadores, na imprensa e com a sociedade, a
necessidade de disputar as nossas crianças e a juventude com as drogas. E nós, ao
fazermos esse debate, temos concluído que não existe outra forma de essa
disputa se dar, principalmente na periferia da Cidade e nas comunidades mais
carentes da Cidade, a não ser através de uma política pública de intervenções do
Município, do Estado e da União. Não há outra forma. As famílias não conseguem
fazer frente e enfrentar o tráfico - o Ver. Elias Vidal sabe muito do que eu
estou falando, porque é um especialista nessa área. Nós temos, como política
pública capaz de enfrentar o tráfico, tirando as crianças da rua, o Sase -
Serviço de Apoio Sócioeducativo -, em Porto Alegre, que é feito com parceira da
Prefeitura com as entidades comunitárias. Nós temos agora a possibilidade, com
esse Projeto oportuno do Ver. Aldacir José Oliboni, de instituir palestras nas
escolas de Ensino Fundamental sobre prevenção de drogas. E eu, por isso, estou
aqui defendendo a tramitação desse Projeto, mas eu acho que é pouco, muito
pouco; é preciso haver um grande esforço, Ver. Luiz Braz - que há pouco fez
aqui uma belíssima manifestação, de um homem de uma visão de Estado e de futuro
desta Nação. Eu queria dizer que é preciso que a gente cerre fileiras,
movimente esforços, una forças, Ver. Paulinho Ruben Berta, como V. Exª
conseguiu fazer com o lançamento desse novo empreendimento no bairro Rubem
Berta, que vai beneficiar milhares de jovens e vai disputá-los com o tráfico,
tirando eles da rua, através do esporte, da cultura, do lazer e do
entretenimento. É assim que temos que fazer. Nós precisamos somar esses
esforços, somar os recursos do Município, do Estado, como o Secretário Fernando
Schüller, que tem feito um belíssimo esforço, um
belíssimo trabalho nesse sentido. Esse ginásio que vai ser construído no bairro
Rubem Berta é uma iniciativa do Governo Estadual - e aqui quero cumprimentar a
Governadora Yeda, que lidera esse Projeto, que é um projeto de prevenção à
violência. O Governo Federal tem feito um belíssimo trabalho e um belíssimo
esforço, mas é preciso concentrar esses esforços numa política pública efetiva
e eficaz, que possa combater o tráfico, disputar as nossas crianças e os nossos
jovens - é uma pena que eu tenha que dizer isso - com o tráfico, porque nós
temos assistido uma escalada de violência na nossa Cidade e no nosso Estado, e ela,
observem os senhores, é sempre resultado da atividade criminosa de algum jovem
ou de algum adolescente. Nenhum crime, abrindo os jornais Zero Hora, Correio do
Povo, O Sul, Jornal do Comércio desta semana, foi praticado por alguém com mais
de 25, 26 anos.
Portanto, é oportuno o Projeto do Ver. Aldacir José
Oliboni. Desafio esta Câmara, os meus Pares, a nos debruçarmos nesta luta para
tentar combater esse mal que está acabando com a juventude e com a criançada da
nossa Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Não havendo mais quem queira discutir a Pauta,
estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 17h21min.)
* * * * *